Lidar com a diabetes exige muito mais do que seguir uma lista de cuidados. A cada dia, milhares de famílias enfrentam não apenas as complicações físicas da doença, mas também o impacto emocional que ela provoca. Para ajudar a enfrentar esses desafios, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) criou um atendimento psicológico gratuito, exclusivo para famílias que convivem com a condição.
A Clínica Psicológica da UEL, junto com o Programa de Pós-Graduação em Psicologia, coordena essa ação. As sessões acontecem presencialmente na própria Clínica, dentro de um projeto de pesquisa desenvolvido pelo mestrando Henry Derwood Mills, com orientação da professora Maíra Bonafé, do Departamento de Psicologia e Psicanálise.
Desafios da diabetes vão além do controle da glicose
No Brasil, a diabetes já atinge cerca de 10,5% da população, conforme levantamento destacado por Henry. O país ocupa o quinto lugar no ranking mundial da doença, um dado que reforça a importância de iniciativas como esta. Segundo o pesquisador, o diabetes provoca falhas na produção de insulina, desencadeando problemas sérios como cegueira, AVC e insuficiência cardíaca.
Mas a preocupação vai muito além das estatísticas médicas. Muitos pacientes precisam lidar com o peso emocional que a rotina da diabetes impõe. Aproximadamente 20% a 30% das pessoas diagnosticadas desenvolvem sintomas de depressão, devido à carga constante de cuidados diários. Henry lembra que, além dos fatores genéticos e físicos, a diabetes também se relaciona com aspectos sociais e psicológicos. Portanto, oferecer apoio emocional às famílias se torna fundamental para encarar essa realidade de maneira mais leve e construtiva.
Famílias encontram no diálogo uma nova força
Ao incluir a família nas sessões de atendimento, o programa da UEL propõe um olhar mais amplo sobre a convivência com a diabetes. A intenção, principalmente, vai muito além de tratar apenas a pessoa diagnosticada: busca-se fortalecer os laços afetivos e criar uma rede de suporte sólida dentro do próprio lar.
As sessões se destinam exclusivamente a famílias que convivem com a diabetes. Para garantir uma participação eficaz, é necessário que o grupo inclua pelo menos um membro diagnosticado e a presença de, no mínimo, um outro familiar. O atendimento aceita até oito participantes por grupo, criando um ambiente acolhedor e focado no diálogo.
Requisitos para participar do atendimento em psicologia sobre diabetes
Além disso, o programa estabelece algumas condições importantes: pelo menos um integrante da família precisa ter mais de 18 anos e boa compreensão de leitura e fala, garantindo a plena participação durante os encontros. É preciso residir no município paranaense. Por isso, a UEL assegura que cada família aproveite ao máximo essa oportunidade de enfrentar, juntas, os desafios emocionais que a diabetes impõe.
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