Um novo termo está começando a ganhar espaço nas conversas sobre diabetes ao redor do mundo: TING, sigla para Time in Normoglycemia. Em português, Tempo em Normoglicemia.
Apresentado recentemente no ATTD 2025, um dos congressos mais importantes sobre tratamento e tecnologia em diabetes, o TING propõe uma nova forma de avaliar o controle glicêmico. E não demorou muito para que o assunto gerasse repercussão entre médicos, pacientes, pesquisadores e influenciadores da área.
Mas afinal, o que é o TING e por que ele pode mudar a forma como lidamos com o diabetes?
O que muda com o TING no tratamento de diabetes?
Hoje, um dos principais indicadores usados para avaliar o controle da glicose é o TIR (Time in Range). Ele mede o tempo em que a glicemia está entre 70 e 180 mg/dL. O TING propõe um alvo mais próximo da faixa considerada “normal”: entre 70 e 140 mg/dL, ou até mesmo 63 a 140 mg/dL, segundo alguns especialistas.
A ideia é trazer mais precisão na análise dos dados e alinhar os resultados ao que seria uma glicemia mais saudável a longo prazo — especialmente com o avanço de tecnologias como sensores e sistemas automatizados.
Todos com diabetes podem se beneficiar do TING?
Apesar de ter sido apresentado dentro do contexto do diabetes tipo 1, o TING foi mencionado como aplicável também a diabetes tipo 2, pré-diabetes, gravidez e até em ensaios clínicos com terapias celulares.
Cada grupo pode ter metas diferentes, mas a base da proposta é a mesma: focar mais no tempo em que a glicemia está realmente em níveis normais — não apenas “aceitáveis”.
A repercussão nas redes
Logo após o anúncio, o tema explodiu no LinkedIn, com diversos profissionais da saúde e pessoas com diabetes comentando a proposta. Alguns elogiaram a inovação, como o pediatra italiano Giulio Frontino, que destacou:

“Mais do que números, precisamos entender como o paciente se sente em diferentes níveis de TING. Está mais disposto? Com menos estresse?”
Outros alertaram para o risco de metas rígidas aumentarem a pressão emocional, principalmente entre quem não tem acesso a tecnologias avançadas.
E agora?
Ainda não há uma definição oficial se o TING vai se tornar um novo padrão global, mas o debate já começou — e promete influenciar pesquisas, condutas clínicas e até conversas entre médicos e pacientes.
Enquanto isso, vale ficar de olho. O TING pode ser mais do que uma nova sigla: pode ser o início de uma nova fase no cuidado com o diabetes.