A jovem Ana Clara Rodrigues, influenciadora digital e que convive com diabetes tipo 1, iniciou um projeto especial e diferente quando o assunto é Carnaval. Ela criou um bloco para crianças que também convivem com diabetes cheio de interação, dinâmicas, brinquedos adaptados e alegria. Chamado de “Bloquinho da Ana Gligli”, o evento reuniu diversas famílias em Niterói, na região metropolitana do RJ no último domingo, 16.
O bloco
A iniciativa, que teve seu primeiro encontro neste pré-Carnaval 2025, juntou mais de 40 famílias em 5h de festa. Segundo Ana, durante o dia, a criançada e os pais puderam participar de várias gincanas educativas e importantes para o tratamento de diabetes, como jogos educativos em diabetes, quizz, além de desafios com as mães pâncreas, a “chutagem” de carboidratos e até marchinha de Carnaval (vídeo). Chamada de Ana Glicose nas redes, a jovem do Rio de Janeiro conta que inúmeras famílias já pediram uma festa junina com a temática central do diabetes.
Como surgiu a ideia?
O portal “Um Diabético” conversou com a influenciadora, que contou como a ideia deste encontro surgiu. Segundo a jovem, tudo teve início lá trás, aos 9 anos, assim que teve o diagnóstico de diabetes tipo 1.
“O bloco de carnaval, ele teve origem, na verdade, naquela Ana de 9 anos. Eu descobri a diabetes com 9 anos e, pra mim, foi muito difícil esse processo de aceitação. Então hoje, o Ana Glicose trabalha principalmente com as crianças, porque eu acho que a Ana de 9 anos precisava conhecer uma Ana Glicose. Apesar de atingir todos os públicos, eu tenho um carinho especial pelas crianças e por elas estou fazendo esse bloco.”
Personagens com diabetes
Para aproximar ainda mais as crianças da realidade do diabetes, Ana Clara produziu brinquedos diferenciados. Já imaginou uma Barbie ou um dinossauro usando um sensor de glicose ou uma bomba de insulina? Isso virou realidade!
“Eu fabriquei bonecas com bomba de insulina, fabriquei dinossauros com bomba de insulina, para que elas também consigam brincar ali com o diabetes. Eu acho que eu acredito muito no lúdico.”
Bloco social
Além de toda brincadeira, todo brilho do Carnaval e com tantas interações, é preciso falar sobre o viés social que o bloco trouxe para as crianças. Tudo é muito novo quando se descobre o diabetes tipo 1 nos pequenos. Muitos pensam ser os únicos no mundo com o diabetes. A confusão para saber que a vida muda a partir das aplicações de insulina, a alimentação mais adequada e os exercícios físicos, que são necessários. Mas é importante, hoje e sempre, não deixar de ser criança: brincar, pular, se divertir, e a Ana pensou nisso na hora de reunir famílias pâncreas e os pequenos.
“O peso do diagnóstico fica mais leve quando a gente está junto. E eu acho que, para uma criança, é muito importante olhar uma outra criança e ver nela também um sensor, ver nela também uma bomba de insulina. O intuito do bloco é que elas vejam que elas podem até não ser iguais aos colegas da escola, mas elas são iguais a muitas outras crianças, a quase 600 mil pessoas no Brasil que tem diabetes tipo 1.“
Mãe e filha com diabetes
Ana Clara contou ao “Um Diabético” que sua mãe, sua maior apoiadora em projetos, foi diagnosticada com o diabetes tipo LADA há um ano. Desde então, a influenciadora acreditou que aproximar ainda mais pessoas que convivem com a mesma realidade seria importante para todo o processo de pós-diagnóstico da mãe.
“Quando eu falei que queria fazer pelas crianças daqui da cidade, ela topou na hora, né? Minha mãe é a minha maior apoiadora e também agora entrou aí na família de diabetes. E para ela, também tem sido muito importante. Eu acho que ajuda no controle, enfim, ajuda em tudo.“
