Esse foi o tema da mais recente live do canal Um Diabético, no Youtube. Confira as informações mais importantes passadas por um time de profissionais de excelência
Da Redação Um Diabético
O diagnóstico do diabetes chega trazendo muitas dúvidas e, consequentemente, elas geram medo. A informação que mais choca é que a doença crônica não tem cura. O que é verdade, mas colocada dessa forma tão determinista, o diabético não enxerga nenhuma outra saída ou possibilidade de uma vida melhor. Maaaaaas, ela existe!
O tratamento, quando seguido da forma correta, pode colocar a doença para “adormecer”. Isso é conhecido como “remissão da doença” e está muito ligado à forma como os diabéticos fazem as escolhas diárias, principalmente na hora da alimentação .
A “Cura e Remissão do Diabetes” foi o tema da live do último dia 30 de janeiro do canal Um Diabético. Tom Bueno conversou com os endocrinologistas Rodrigo Siqueira e Denise Ribeiro e com a nutricionista Carol Netto.
Os profissionais disseram que nos consultórios o assunto gera muitas dúvidas. Rodrigo Siqueira esclareceu que, infelizmente, nem todo diabético pode ter a remissão da doença: “A remissão acontece no diabetes tipo 2, justamente porque o indivíduo tem uma reserva de insulina e o que, muitas vezes, atrapalha a ação é a obesidade. A gente sabe que, quanto mais peso, mais dificuldade da insulina agir. Um dos critérios do indivíduo entrar em remissão é ele perder peso.”, concluiu.

A diferença é que o diabetes tipo 2 é uma resistência criada pelo organismo à insulina, causadas por maus hábitos, como péssima alimentação, falta de exercícios físicos e obesidade. Já o tipo 1 é uma deficiência do pâncreas, que não produz a quantidade suficiente do hormônio, sendo necessário o uso de medicamentos e aplicação manual da insulina. Logo, quando o paciente que tem a doença tipo 2 consegue fazer o tratamento corretamente, ele pode conseguir controlar o diabetes a ponto de deixá-lo dormindo por um bom tempo. E grande parte disso se deve à alimentação correta e, acima de tudo, tornar isso uma nova realidade de vida. “A gente é o que a gente come. Você caminha, você vai aprendendo a se alimentar com saúde e manter isso. Eu brinco com os pacientes: por quanto tempo você comeu mau? Então, a gente tem que manter a mudança.”, explicou Carol Netto.

MAS QUANDO É CONSIDERADO ‘REMISSÃO’?
Apesar de ser uma verdade dura, é preciso saber. “Não tem cura, nem o diabetes tipo 1 nem o diabetes tipo 2. Se a gente puder dizer que está controlado, ou seja, dentro dos valores, sem tomar remédios, este período que o paciente conseguiu isso, nós chamamos de remissão. Então, se você está dentro dos níveis antes de ter diabetes, você está em remissão da doença”, explicou Denise Ribeiro.
Então, para que não haja confusão e ilusões, a remissão está muito mais ligada à palavra “controle” que à palavra “cura”.
Então, para que não haja confusão e ilusões, a remissão está muito mais ligada à palavra “controle” que à palavra “cura”.
Para que a remissão aconteça, a notícia pode ser muito boa ou muito ruim: só depende de você! É que, além da já citada mudança alimentar, é preciso também se dedicar a uma vida mais ativa e saudável o que, convenhamos, nem sempre é tão fácil quanto parece na teoria. O grande ponto da questão é a perda de peso porque, assim, a insulina produzida pelo corpo vai conseguir agir e fazer o seu papel de forma mais eficaz.
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QUANDO MINHA DIABETES ESTÁ CONTROLADA?
Ao longo de mais de uma hora de live, os especialistas responderam a várias perguntas dos internautas que acompanhavam as orientações. A Luciana Ramos, por exemplo, quis saber o que é considerado uma “diabetes controlada”, afinal. “A gente tem alguns parâmetros a quem já tem o diagnóstico do diabetes. O ideal é que a gente acorde, em jejum, de 100 a 120. Duas horas depois da refeição, a gente aceita até os 160. E a hemoglobina glicada, dependendo da faixa, mas, o ideal é abaixo de sete”, explicou a endocrinologista.

FÉ NA CIÊNCIA!
Já entendemos que o diabetes não tem cura, certo? Mas os cientistas estão, dia e noite, se empenhando em mudar essa realidade. Os médicos Rodrigo e Regina pontuaram os estudos sendo feitos como, por exemplo, a possibilidade de transplante de pâncreas e ilhota, que troca as células “problemáticas ” quanto à produção de insulina no corpo.
Alguns estudos, já bem avançados, tiveram resultados muito positivos a ponto de pacientes se curarem do diabetes. Mas, a prova de que os testes deram certo só o tempo pode dizer. “A gente já teve no Brasil, um indivíduo curado. Mas, esse período de cura, o que os cientes querem ver, é se ela é duradoura. Tem vários recursos, o que precisa pra gente agora é tempo para ver se esses recursos vão dar certo.”
Acompanhe os conteúdos do canal Um Diabético. Boas glicemias!