O impacto da inteligência artificial (IA) nas questões de saúde tem sido amplamente reconhecido no mundo, e seu uso está crescendo rapidamente. Dentro da oftalmologia, a IA pode acelerar triagens essenciais para a detecção de doenças, como a retinopatia diabética, condição que afeta a qualidade da visão e pode levar à cegueira.
O tema foi apresentado durante o congresso Euretina, da Sociedade Europeia de Especialistas em Retina, realizado no final de setembro em Barcelona, na Espanha. Foram apresentados os impactos positivos do uso da IA para determinar os níveis de gravidade da doença e a importância da adoção dessa ferramenta no diagnóstico.
Uma equipe da University College London (UCL) avaliou dados de triagem com 1,2 milhão de imagens do período de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2022 e constatou a efetividade do uso da tecnologia. O diferencial do estudo foi mostrar a possibilidade de aplicação do método em sistemas de saúde públicos.
Triagem feita na guerra
Durante o congresso, também foi apresentado o resultado de um dos estudos que utilizou IA em pacientes em meio à guerra na Ucrânia. O software avaliou 1.612 pessoas com diabetes no período de agosto de 2023 a fevereiro de 2024, quando o país já estava sob ataque da Rússia. Esses pacientes foram submetidos a exames de fundo de olho. Os resultados da detecção da retinopatia diabética pela inteligência artificial, chamada IA Retina-AI CheckEye, demonstraram:
93% de sensibilidade – positivo em pessoas com a condição.
88% de especificidade – negativo em quem não apresenta a doença.
Agilidade no diagnóstico e no tratamento
Outros estudos apresentados no congresso mostram que a ferramenta pode ser classificada como eficaz e imediata para a detecção da doença na atenção primária.
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