A maternidade é um desafio para qualquer pessoa, especialmente para aquelas que convivem com diabetes, o que exige um cuidado ainda maior com a saúde. E uma história de superação desse desafio chamou a atenção. É a história da Thaís Pâmella, fisioterapeuta de 29 anos, casada e mãe, que compartilhou sua história inspiradora.
O diagnóstico de diabetes tipo 1
Após ser diagnosticada com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) em 2015, Thaís enfrentou os desafios de controlar a glicose enquanto realizava o sonho da maternidade. Mesmo diante das dificuldades, ela conseguiu lidar com a gestação de alto risco e a criação das três filhas, mostrando que com força, apoio e amor, é possível vencer qualquer obstáculo.
Desde jovem, Thaís sempre sonhou em ser mãe. Contudo, ao longo dos anos, ouviu diversas vezes que pessoas com DM1 teriam dificuldade em engravidar. Até mesmo médicos reforçaram essa ideia. Então, quando começou a sentir uma série de incômodos — de infecções na garganta a sintomas de gastrite — jamais imaginou que estava grávida. Para sua surpresa, durante uma ida ao hospital, foi informada que estava esperando gêmeos, algo que parecia impossível após oito anos tomando anticoncepcional.
O choque foi ainda maior quando, na primeira ultrassonografia, veio a revelação de um terceiro bebê! Ela e o seu marido (Vinicius) se depararam com a notícia de que seriam pais de trigêmeas. “Foi um susto, mas também a maior alegria de nossas vidas”, relembra. O casal descobriu que seriam pais de Helena, Júlia e Laura.
A gestação foi considerada de altíssimo risco, exigindo muitos cuidados e ela precisou passar por uma cerclagem com 14 semanas e teve de ser afastada do trabalho pelo INSS, além de ser proibida de realizar qualquer exercício físico. “Com essas limitações, meu maior medo era controlar a glicemia”, confessa.
Para garantir a saúde das bebês e da mãe, ela contou com o apoio constante da endocrinologista Dra. Lidiane Bandeira, que ajustava suas doses de insulina a cada três dias, além de acompanhar sua alimentação.
Com 32 semanas de gestação, e 95 quilos de pura retenção de líquido, a jovem foi diagnosticada com pré-eclâmpsia e precisou realizar o parto de emergência. Embora o hospital não estivesse inicialmente preparado para receber três bebês na UTI neonatal, tudo ocorreu com sucesso. As trigêmeas nasceram no dia 06/06/2023: Helena, com 2.300 kg; Júlia, com 1.660 kg; e Laura, com 1.330 kg. Elas ficaram 45 dias na UTI para ganhar peso e amadurecer.
Nesse período, a vida de Thaís se transformou. “A rotina na UTI foi exaustiva. Eu me dedicava totalmente a tirar leite para as meninas, e, infelizmente, perdi um pouco o controle da glicemia“, relata. Ela também lembra que, após a alta das filhas, a rotina em casa continuou desafiadora.
Agora, com um ano e três meses, as trigêmeas estão saudáveis e cheias de vida.
E ela começou a retomar gradualmente sua rotina de exercícios, apesar de reconhecer que o caminho é longo. “Hoje, minha glicada está em 6,5%. Não estou satisfeita com o resultado, mas entendo que minha realidade mudou. Vivo para as meninas, mas sei que logo conseguirei me dedicar mais à minha saúde”, diz ela, sempre otimista.
Para finalizar, ela deixa um recado para outras mães, especialmente aquelas que têm diabetes ou estão esperando múltiplos: “A paciência e a rede de apoio são nossas maiores aliadas. Se não cuidarmos de nós mesmas, não conseguiremos cuidar de quem depende da gente.”
Thaís Pâmella é a prova viva de que, com fé, apoio e dedicação, é possível vencer qualquer obstáculo — inclusive a gravidez de trigêmeas com DM1.
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