Sociedade Brasileira de Diabetes pede mais estudos de insulina comprada às pressas

Tratamento

Entidade médica afirma que ainda não tem informações suficientes sobre medicamento produzido pela farmacêutica Gan & Lee e que já solicitou os dados ao Ministério da Saúde

Maurílio Goeldner, da Redação Um Diabético

A Sociedade Brasileira de Diabetes manifestou preocupação com a falta de informações sobre a insulina comprada do exterior pelo governo brasileiro.

Karla Melo, coordenadora do departamento de Saúde Pública da SBD

Em nota oficial a entidade que reúne médicos afirmou que seriam necessários estudos comparativos com a insulina de origem: “Os estudos farmacológicos e clínicos têm de demonstrar similaridade entre os perfis farmacológicos, de eficácia e de segurança, comparando a asparte biossimilar (Rapilin, Rapilog) e a original (NovoRapid). Estes estudos devem envolver pessoas com DM1, tendo em vista que será o público a usar esta insulina dispensada pelo MS”, afirma a endocrinologista Karla Melo, coordenadora do departamento de Saúde Pública da SBD.

O medicamento adquirido às pressas e sem licitação pelo Ministério da Saúde é produzido pela Gan & Lee Pharmaceuticals. A empresa, que tem sede em Pequim, não tem registro na Anvisa, porém segundo nota oficial do Ministério da Saúde, a farmacêutica possui registro em países com agências regulatórias sanitárias membros do ICH (International Council for Harmonisation ), a qual a China faz parte.

Estande da farmacêutica Gan & Lee, que prometeu fazer a primeira entrega de canetas de insulina ao SUS até o dia 9 de julho 

A Organização Mundial da Saúde e a Anvisa aceitam e recomendam o registro do ICH para situações de emergência.

A SBD afirma que já pediu mais informações técnicas às autoridades brasileiras. “Não conseguimos identificar, em buscas na literatura médica, estudos farmacológicos e clínicos comparando a insulina asparte da Gan & Lee com a asparte original. Os estudos foram solicitados em reunião com o MS, o que nos traria “tranquilidade científica” em relação à qualidade da insulina adquirida”, afirma Karla Melo.

O presidente da SBD, Levimar Araújo