Entidade médica afirma que ainda não tem informações suficientes sobre medicamento produzido pela farmacêutica Gan & Lee e que já solicitou os dados ao Ministério da Saúde
A Sociedade Brasileira de Diabetes manifestou preocupação com a falta de informações sobre a insulina comprada do exterior pelo governo brasileiro.
Em nota oficial a entidade que reúne médicos afirmou que seriam necessários estudos comparativos com a insulina de origem: “Os estudos farmacológicos e clínicos têm de demonstrar similaridade entre os perfis farmacológicos, de eficácia e de segurança, comparando a asparte biossimilar (Rapilin, Rapilog) e a original (NovoRapid). Estes estudos devem envolver pessoas com DM1, tendo em vista que será o público a usar esta insulina dispensada pelo MS”, afirma a endocrinologista Karla Melo, coordenadora do departamento de Saúde Pública da SBD.
O medicamento adquirido às pressas e sem licitação pelo Ministério da Saúde é produzido pela Gan & Lee Pharmaceuticals. A empresa, que tem sede em Pequim, não tem registro na Anvisa, porém segundo nota oficial do Ministério da Saúde, a farmacêutica possui registro em países com agências regulatórias sanitárias membros do ICH (International Council for Harmonisation ), a qual a China faz parte.
A Organização Mundial da Saúde e a Anvisa aceitam e recomendam o registro do ICH para situações de emergência.
A SBD afirma que já pediu mais informações técnicas às autoridades brasileiras. “Não conseguimos identificar, em buscas na literatura médica, estudos farmacológicos e clínicos comparando a insulina asparte da Gan & Lee com a asparte original. Os estudos foram solicitados em reunião com o MS, o que nos traria “tranquilidade científica” em relação à qualidade da insulina adquirida”, afirma Karla Melo.
O presidente da SBD, Levimar Araújo, explica que a insulina de ação rápida é essencial para os pacientes com DM1, pois em todas as refeições eles precisam administrar esse medicamento, assim como quando os níveis glicêmicos se elevam. “Além disso, ela é muito importante em unidades de saúde e hospitais, onde são atendidos pacientes com hiperglicemia”, destaca.
Valores
A compra do Ministério da Saúde é grande: são 1,3 milhão de canetas de insulina de 3 ml com valor de R$ 13,96 por unidade, resultando em um custo total de R$ 18.801.690,96 ao Governo Federal.A negociação foi concluída no dia 9 de maio de 2023. Segundo o governo brasileiro isso é suficiente para o tratamento de mais de 67 mil pacientes em todo o país. A previsão é que a primeira entrega seja realizada até 9 de julho. O Ministério da Saúde tenta antecipar.
Desabastecimento
A compra emergencial foi necessária porque o Brasil está perto de um apagão de insulina de ação rápida. Em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) denunciou que poderia faltar insulina para tratar o diabetes nos estados.
O Ministério da Saúde fez dois pregões para adquirir o medicamento, em agosto de 2022 e em janeiro deste ano, ambos sem sucesso. O processo de compra emergencial foi iniciado no dia 31 de janeiro.
A última nota emitida pelo Ministério da Saúde aponta outras medidas adotadas para evitar o desabastecimento total, como o remanejamento dos estoques existentes entre estados e a autorização de compra pelas Secretarias Estaduais de Saúde com ressarcimento por parte do Ministério da Saúde. “Cabe reforçar que o país enfrenta cenário de falta de produção nacional de insulina análoga de ação rápida de forma sustentável e capaz de atender às necessidades nacionais”, alerta o órgão oficial.
ENTIDADE QUE REÚNE PACIENTES PEDE “AVERIGUAÇÃO TÉCNICA
A ADJ Diabetes Brasil solicitou a averiguação técnica das aquisições de insulinas. “As insulinas devem, independente da nacionalidade, ter a mesma qualidade farmacológica, sem colocar em risco a população que vive com diabetes. É importante também saber se as insulinas serão adquiridas em frascos ou canetas descartáveis e se são compatíveis com as agulhas fornecidas para a população”, afirma a nota oficial da entidade que reúne pacientes com diabetes no Brasil.
A ADJ pediu mais esclarecimentos a respeito deste e dos outros detalhes técnicos referentes às insulinas.
Outro lado
O portal Um Diabético entrou em contato com as assessorias de imprensa do Ministério da Saúde e da Anvisa. Na tarde de hoje, dia 18 de maio, a Anvisa respondeu. Informou que a regulamentação sanitária prevê a importação excepcional de medicamentos sem registro no país para atendimento às políticas de assistência conduzidas pelo Ministério da Saúde.
Como usar um medicamento que, ainda nao foram feitos testes correspondentes. Os testes serão feitos em nos, pacientes que realmente precisamos e dependemos disso? Qual a vontade desse governo de 2023 fazendo isso? Genocídio com certeza.
Tomo insulina 2 vezes ao dia,(10 ui )e percebo que as várizes em minhas pernas ,ficaram mais grandes e dolorosas.
Já falei com a médica, e ela disse que não é bem assim
Como usar um medicamento que, ainda nao foram feitos testes correspondentes. Os testes serão feitos em nos, pacientes que realmente precisamos e dependemos disso? Qual a vontade desse governo de 2023 fazendo isso? Genocídio com certeza.
Tomo insulina 2 vezes ao dia,(10 ui )e percebo que as várizes em minhas pernas ,ficaram mais grandes e dolorosas.
Já falei com a médica, e ela disse que não é bem assim