Está definido o relator de uma das propostas mais importantes para as pessoas com diabetes em discussão na Câmara dos Deputados. O projeto de lei 2687/2022 classifica o diabetes mellitus tipo 1 como deficiência, para efeitos legais. O deputado federal Sargento Portugal (Podemos – RJ) anunciou no Instagram que vai fazer o relatório na Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência. “Estou empenhado em classificar essa condição como deficiência para efeitos legais. A proposta, em análise na Câmara dos Deputados, busca garantir direitos e criar instrumentos de avaliação. Vamos juntos na busca pela inclusão e igualdade”, afirmou o parlamentar na publicação.
O PL já tinha recebido parecer favorável do deputado Professor Joziel (Patriota-RJ), até então relator da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência, porém ele não foi reeleito. Com a posse dos novos deputados federais e a nomeação de um novo relator o parecer foi anulado. O primeiro nomeado foi o deputado Leo Prates (PDT-BA), que no começo do mês de junho deixou a função.
Pressão da sociedade e dos médicos
Pessoas com diabetes e associações de pacientes começaram uma campanha nas redes sociais pedindo mais agilidade ao relator do projeto.
O médico endocrinologista Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, defende a importância do projeto. “Nós apoiamos! O projeto ajuda na busca por recursos pra essas pessoas que têm dificuldade na compra de insumos e precisam se aposentar mais cedo”, destaca ele.
Karla Melo, endocrinologista pela FMU/USP e coordenadora do departamento de saúde pública da Sociedade Brasileira de Diabetes, considera que a proposta vai trazer melhoria do acesso às consultas médicas, ao tratamento, à realização de exames laboratoriais e para o diagnóstico oportuno: “reduzindo a mortalidade precoce por cetoacidose diabética e complicações advindas do controle glicêmico inadequado”. Ela cita mais dois benefícios: “Escolas públicas e particulares capacitadas para o acompanhamento de crianças com diabetes e igualdade de oportunidades para pessoas com diabetes no ambiente profissional”, destaca a endocrinologista que tem o diagnóstico de DM1 há 47 anos.
Tramitação
Após análise do texto na Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência o projeto ainda segue o mesmo trâmite em mais duas comissões: Saúde e Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovado passa a valer como lei. Para acompanhar a tramitação você pode acessar o site da Câmara dos Deputados.
Pelo texto em análise o Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
Autores da proposta, os deputados Flávia Morais (PDT-GO) e Dr. Zacharias Calil (União-GO) lembram que, das 16,8 milhões de pessoas com diabetes no Brasil, 564 mil são do tipo 1. Nesses casos, ocorre a destruição de células produtoras de insulina pelos anticorpos, em decorrência de defeito do sistema imunológico.“É imprescindível que essa condição [o diabetes melittus tipo 1] seja por lei classificada como deficiência, a exemplo do que já ocorre nos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e Alemanha”, dizem Flávia Morais e Dr. Zacharias Calil na justificativa que acompanha o projeto.Os parlamentares defendem a mudança com base em requisitos definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que uma condição seja considerada deficiência: desigualdade, em razão de problemas no corpo; limitações para atividades, gerando desafios; e restrições na execução de tarefas diárias normais.
3 thoughts on “Projeto que trata diabetes como deficiência tem novo relator na Câmara”
Eu nunca, nunca tenho que picar meus dedos para fazer uma leitura de glicose. Eu uso o Dexcom 6, que eu anexo ao meu lado abdominal, e tenho que substituir o sensor a cada 10 dias. O sensor fala com a minha bomba de insulina adesiva Omnipod via Bluetooth. Eu tenho que instalar uma nova bomba de insulina Omnipod 5 a cada 3 dias. O Omnipod eu giro para uma posição diferente no meu corpo. Eu sou diabético tipo 1.
Eu nunca, nunca tenho que picar meus dedos para fazer uma leitura de glicose. Eu uso o Dexcom 6, que eu anexo ao meu lado abdominal, e tenho que substituir o sensor a cada 10 dias. O sensor fala com a minha bomba de insulina adesiva Omnipod via Bluetooth. Eu tenho que instalar uma nova bomba de insulina Omnipod 5 a cada 3 dias. O Omnipod eu giro para uma posição diferente no meu corpo. Eu sou diabético tipo 1.