Diagnosticado com diabetes tipo 1 aos 14 anos, Bruno Diniz, de 27 anos, é professor de ciências e biologia na zona sul de São Paulo, próximo ao Morumbi.
Após o conhecimento da doença, ele enfrentou desafios para entender e aceitar a nova realidade, especialmente ao lado de sua mãe, que, com medo de agulhas, precisou superar barreiras para aplicar a insulina no filho.
Hoje, Bruno usa sua própria experiência para transformar a sala de aula em um espaço de aprendizado prático e conscientização sobre a doença.
Uma aula que vai além dos livros
Durante uma aula sobre doenças autoimunes, Bruno teve uma ideia: mostrar aos alunos como funciona a aplicação de insulina. O que começou como um complemento ao conteúdo teórico logo se tornou um dos momentos mais esperados da turma.
“A prática chama muita atenção e desperta um interesse maior. Deixar que eles apliquem na prática teve um rendimento incrível para o aprendizado e para a vida”, explica.
O professor relata que a recepção foi extremamente positiva. “Quando pergunto ‘quem quer aplicar hoje?’, os alunos disputam a oportunidade. Alguns até levaram o aprendizado para casa e começaram a aplicar a insulina em familiares com diabetes. Isso mostra como o conhecimento pode impactar diretamente a vida das pessoas”.
Reações dos pais e da comunidade escolar
A iniciativa foi bem aceita pelos pais, que enxergam na aula uma oportunidade única para os filhos adquirirem um conhecimento prático que não faz parte do currículo tradicional. No entanto, a prática também gerou alguns questionamentos, especialmente pelo uso de agulhas em sala de aula. “Claro que há receios, mas sempre ensino todos os cuidados necessários: higienização prévia das mãos, uso de agulhas novas e segurança na aplicação”, afirma Bruno.