Pessoas com diabetes enfrentam dificuldade para encontrar insulina; Saiba o que fazer nessa situação

Tratamento

Pessoas que convivem com diabetes e fazem o tratamento com a insulina de ação rápida NovoRapid relatam que nos últimos meses enfrentam dificuldades para encontrar o medicamento de uso contínuo nas farmácias de várias regiões do Brasil. O desabastecimento no país foi confirmado pela empresa fabricante da insulina, a Novo Nordisk. 

Guilherme Varjão, de São Paulo, tentou comprar a insulina rápida em doze farmácias diferentes

Diante dessa situação, qual a orientação para quem faz o tratamento com essa insulina? E qual previsão para que esse cenário se normalize? O portal Um Diabético foi em busca dessas respostas para te ajudar.

O empresário Guilherme Varjão de 37 anos convive com diabetes tipo 1 desde os 8 anos de idade e usa a insulina de ação rápida antes das refeições. Ele foi pessoalmente a seis farmácias diferentes na cidade de São Paulo e ligou para outras seis tentando comprar o medicamento. “Uma das unidades informou que constava em estoque, mas quando cheguei lá era erro no sistema e não tinha”, relata. Preocupado, ele ligou para a médica endocrinologista, com quem faz o acompanhamento e foi orientado a comprar uma insulina similar, de outro fabricante.

A dificuldade enfrentada pelo empresário se repete em outras regiões do país. O fisioterapeuta Marlon Farias, 28 anos, é de Natal, no Rio Grande do Norte, e contou que esteve em quatro farmácias e não encontrou a caneta de insulina NovoRapid. Ele já sabia da possibilidade de substituir por outras marcas de insulina similares e fez a mudança na farmácia mesmo: comprou a Aprida Solostar. “Em 20 anos de diabetes nunca aconteceu isso”, disse Marlon. 

O fisioterapeuta Marlon Farias, de Natal: situação inédita

A insulina de ação rápida que o fisioterapeuta comprou é a mesma que deixou de ser importada pela Sanofi em janeiro de 2023. A fabricante anunciou a descontinuação da fabricação das canetas injetáveis de 100 UI/mg no Brasil. A situação até o momento não foi reestabelecida, mas o medicamento em estoque ainda é encontrado em algumas farmácias do país. O fato é que sem perspectiva, alguns pacientes precisaram migrar o tratamento para a insulina NovoRapid, que agora também está em falta. 

A empresa global de saúde Novo Nordisk, fabricante da Novorapid, informou que o desabastecimento é temporário por conta da alta demanda de produção. Admitiu que a situação deve se prolongar nos três primeiros meses do ano e ressaltou que a falta da insulina rápida não tem relação com problemas de qualidade ou regulatórios do medicamento. Além disso, a empresa disse que possui outras opções terapêuticas que viabilizam a continuidade do tratamento. 

Uma dessas outras opções é a insulina de ação ultrarrápida de nome comercial Fiasp, que possui uma ação inicial em um tempo menor que a Novorapid, portanto pode ser aplicada 5 minutos antes das refeições. A médica endocrinologista Denise Franco, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, reforça que o ideal é o paciente conversar com seu médico antes de buscar uma alternativa. Ainda segundo a especialista, existem outras insulinas similares a NovoRapid que têm o mesmo tempo de ação e precisam ser aplicadas 20 minutos antes, como a Humalog, da fabricante Lilly e Apidra, da Sanofi, que teve a descontinuação de fabricação, mas ainda é encontrada em algumas farmácias. “O paciente com diabetes tipo 1 não pode ficar sem insulina, por isso procure o serviço de saúde antes que a seu medicamento acabe”, alerta Denise.

O que diz o Ministério da Saúde