Pesquisadores testam novo procedimento no intestino para tratar diabetes tipo 2; entenda

Tratamento

Uma nova técnica pode ser a chave para controlar os níveis de glicose e tratar o diabetes tipo 2. Desenvolvida pela Fractyl Health, a tecnologia chamada Revita promete transformar a forma como lidamos com essa condição ao “reiniciar” o intestino, especificamente uma parte chamada duodeno.

O que é o Revita e como ele funciona no intestino?

O Revita é um procedimento que utiliza calor para tratar o duodeno, a primeira parte do intestino delgado, localizada logo abaixo do estômago. Esse procedimento é conhecido como resurfacing da mucosa duodenal (DMR).

Ele tem como objetivo reverter o espessamento e o acúmulo de camadas superficiais no duodeno, que podem afetar negativamente a absorção de nutrientes e contribuir para problemas como a resistência à insulina e o diabetes tipo 2.

Durante o procedimento, um tubo flexível é inserido pela boca até o duodeno. Lá, um líquido aquecido é utilizado para remover as camadas superficiais danificadas. Após o tratamento, o revestimento do duodeno se regenera e volta a funcionar como antes, o que pode ajudar a melhorar a forma como o corpo processa alimentos e regula a glicose.

Os estudos mostram que essa nova técnica no intestino pode trazer vários benefícios para pessoas com diabetes tipo 2:

  1. Melhora dos níveis de glicose: após o procedimento, muitos pacientes apresentam uma redução significativa nos níveis de A1C, um marcador importante para controlar o açúcar no sangue. Em um estudo, os participantes reduziram seus níveis de A1C em até 1,6% e perderam pelo menos 8% do peso corporal.
  2. Redução da necessidade de insulina: alguns pacientes conseguiram reduzir ou até parar de usar insulina após o tratamento. Isso é possível porque a nova técnica melhora a sensibilidade à insulina do corpo, segundo os pesquisadores.
  3. Perda de peso: o tratamento também pode ajudar na perda de peso, o que é importante para o controle do diabetes.

Além de melhorar o controle da glicose, o “ Revita” pode também beneficiar outras condições metabólicas, como a doença hepática gordurosa, comum em pessoas com diabetes tipo 2.

Atualmente, a nova técnica foi aprovada no Reino Unido e na Alemanha, mas nos Estados Unidos, ainda é usada apenas em estudos clínicos. Isso significa que, por enquanto, o acesso ao procedimento é limitado e não está amplamente disponível.

Como participar do estudo?