Estudo realizado da Universidade Federal de Goiás mostrou que o resultado é idêntico ao teste tradicional de ponta de dedo; tirinhas usadas para coletar a lágrima custam apenas dez centavos
Em vez do furo no dedo, lágrima. Basta aproximar a tirinha dos olhos e o resultado sai em minutos. O novo método de medir a glicemia foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás.
O biossensor é feito de papel-filtro e está impregnado com reagentes químicos que, em contato com a glicose presente na lágrima, vai mudando de cor. Quanto mais azul o dispositivo ficar, mais alterada está a taxa de açúcar no sangue. “Se você tem muita glicose presente, a reação vai fornecer um produto altamente intenso, altamente azulado. Se a glicose está baixa, você tem um tom claro, quase incolor. Quanto mais azul, significa que você está num quadro provavelmente de pré-diabético para diabético e, com certeza, precisa procurar um médico”, diz Wendell Coltro, orientador da pesquisa.
Dez centavos
Cada tira que mede a glicemia usando o método tradicional custa de R$ 1 a R$ 3. Os sensores de medição pela lágrima custam R$ 0,10.
Desenvolvido pela pesquisadora Ellen Flávia Moreira Gabriel ao longo de sete anos, na sua pesquisa de doutorado, o biossensor colorimétrico visa atingir o sistema público de Saúde. “Cada sensor custa em torno de dez centavos, então, acreditamos que pode ser um grande benefício para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma a pesquisadora. Ellen também destaca o maior conforto às pessoas com diabetes: “A maior dificuldade do paciente é ter que furar o dedo várias vezes ao dia para fazer o monitoramento”.
Os pesquisadores fizeram os testes de ponta de dedo e também com as lágrimas. Os resultados foram iguais.
O biossensor recebeu a registro do Inpi, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
Os pesquisadores agora pensam uma forma de fazer essa inovação chegar no mercado. “Para isso se tornar algo um pouco mais próximo, em termos de tempo, a gente precisa de investimento para tornar o produto, o protótipo hoje, comercializável. E chegar, através de políticas diferentes, através de políticas públicas junto aos órgãos do governo, ou através de parceiros já presentes no mercado, para fazer isso se tornar uma realidade”, afirma Wendell Coltro.
1 thought on “Pesquisadores brasileiros desenvolvem sensor que mede glicemia pela lágrima”
Agora seria bom a partida para uma segunda etapa. Adoro sonhar. Que tal a construção de um glicosímetro capaz de ler o sensor das lágrimas e transformar a informação numa leitura dando a concentração de glicose? Nossa! Seria uma medida não invasiva. O que Seres Humanos pensam, outros Seres Humanos são capazes de realizar. É assim que a ciência avança.
Agora seria bom a partida para uma segunda etapa. Adoro sonhar. Que tal a construção de um glicosímetro capaz de ler o sensor das lágrimas e transformar a informação numa leitura dando a concentração de glicose? Nossa! Seria uma medida não invasiva. O que Seres Humanos pensam, outros Seres Humanos são capazes de realizar. É assim que a ciência avança.