Pesquisadores brasileiros desenvolvem sensor que mede glicemia pela lágrima

Tecnologia

Estudo realizado da Universidade Federal de Goiás mostrou que o resultado é idêntico ao teste tradicional de ponta de dedo; tirinhas usadas para coletar a lágrima custam apenas dez centavos

Maurilio Goeldner, da Redação Um Diabético

Em vez do furo no dedo, lágrima. Basta aproximar a tirinha dos olhos e o resultado sai em minutos. O novo método de medir a glicemia foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás.

Sensor para medir a glicose na lágrima Foto: Carlos Siqueira

O biossensor é feito de papel-filtro e está impregnado com reagentes químicos que, em contato com a glicose presente na lágrima, vai mudando de cor. Quanto mais azul o dispositivo ficar, mais alterada está a taxa de açúcar no sangue. “Se você tem muita glicose presente, a reação vai fornecer um produto altamente intenso, altamente azulado. Se a glicose está baixa, você tem um tom claro, quase incolor. Quanto mais azul, significa que você está num quadro provavelmente de pré-diabético para diabético e, com certeza, precisa procurar um médico”, diz Wendell Coltro, orientador da pesquisa.

Dez centavos

Cada tira que mede a glicemia usando o método tradicional custa de R$ 1 a R$ 3. Os sensores de medição pela lágrima custam R$ 0,10.

Desenvolvido pela pesquisadora Ellen Flávia Moreira Gabriel ao longo de sete anos, na sua pesquisa de doutorado, o biossensor colorimétrico visa atingir o sistema público de Saúde. “Cada sensor custa em torno de dez centavos, então, acreditamos que pode ser um grande benefício para o Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma a pesquisadora. Ellen também destaca o maior conforto às pessoas com diabetes: “A maior dificuldade do paciente é ter que furar o dedo várias vezes ao dia para fazer o monitoramento”.

Foto: Carlos Siqueira