Origem de insulina comprada pelo Brasil no exterior ainda não foi revelada

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Aquisição emergencial sem licitação foi revelada em primeira mão pelo portal Um Diabético; Ministério da Saúde e Anvisa foram procurados mas seguem em silêncio

Maurílio Goeldner, da Redação Um Diabético

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde ainda não respondeu aos questionamentos do portal Um Diabético sobre a compra emergencial e sem licitação de mais de 1 milhão e trezentas mil canetas de insulina de ação rápida. Conforme informações do portal de compras do Governo Federal a aquisição custou mais de 18 milhões de reais e foi intermediada pela empresa GlobalX com sede em Hong Kong, na China.

Associações médicas e de pacientes já se queixavam da falta de transparência da negociação. A representante de uma entidade, que preferiu não se identificar, relatou que tentou agendar reuniões com o Ministério da Saúde. Mas foi em vão. O órgão também não teria respondido a emails que questionam a origem da insulina e se a molécula usada na fabricação é a mesma – ou compatível – com a insulina de ação rápida distribuída pelo SUS atualmente. 

A consulta ao andamento da compra estava disponível no site Sei Saúde, conforme indicamos na primeira reportagem. Porém após a veiculação o link parou de funcionar.

O Instituto Diabetes Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes e as associações de pacientes pedem esclarecimentos ao Ministério da Saúde, declarando que a fabricante ainda não está habilitada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.

No Brasil, apenas 3 empresas possuem a liberação para comercializar esse tipo de insulina. O portal Um Diabético questionou a assessoria de imprensa da Anvisa, que se comprometeu a responder aos emails, mas isso ainda não aconteceu.

A aquisição intermediada pela empresa GlobalX é pública e está disponível para consultas no portal de compras do Governo Federal

Especialistas dizem que sem o nome do fabricante não é possível saber ao menos se o medicamento tem aprovação de outros órgãos regulatórios como o FDA dos Estados Unidos ou o EMA da Europa.