Voz pode mudar com variações dos níveis de glicose

Diabetes: sua voz pode ser novo sinal de glicose alta

Tratamento

A relação entre a glicose no sangue e as mudanças na voz pode parecer algo improvável, mas um estudo publicado na revista Scientific Reports trouxe à tona um aspecto fascinante dessa conexão.

Pesquisadores descobriram que as variações nos níveis de glicose, frequentemente associadas ao diabetes, podem impactar as propriedades vocais de uma pessoa. O estudo, que envolveu 505 participantes, mostrou que até mesmo pequenas alterações nos níveis de glicose podem influenciar a frequência vibracional das pregas vocais, alterando o tom da voz.

A voz como sinal de glicose alta

A glicose é a principal fonte de energia do corpo humano e é essencial para o funcionamento adequado de diversos órgãos. Ela é absorvida através da alimentação, armazenada no fígado ou produzida pela conversão de gorduras.

Seu nível no sangue é rigidamente controlado por hormônios como a insulina e o glucagon. Em pessoas com diabetes, esse controle é prejudicado, levando a níveis elevados ou instáveis de glicose, o que pode causar várias complicações.

Mas o que isso tem a ver com a voz? Segundo a pesquisa, há uma hipótese baseada na lei de Hooke, que sugere que as mudanças na tensão, massa ou comprimento das pregas vocais, causadas pelas variações nos níveis de glicose, podem alterar a frequência com que essas pregas vibram. Isso significa que, conforme a glicose no sangue aumenta, o tom da voz também pode sofrer alterações, ficando levemente mais agudo.

Os resultados do estudo

Para testar essa hipótese, os participantes do estudo foram equipados com sensores de glicose, que registraram seus níveis de glicose ao longo do dia. Além disso, eles gravaram suas vozes em um aplicativo móvel até seis vezes por dia durante duas semanas.

Os dados coletados revelaram que um aumento de 1 mg/dL na glicose correspondia a um aumento de 0,02 Hz na frequência da voz. Embora a variação pareça pequena, a consistência desse efeito em diferentes grupos de participantes — incluindo aqueles com diabetes tipo 2, pré-diabetes e não diabéticos — foi estatisticamente significativa.