Mulheres com diabetes não só podem como devem considerar o uso de anticoncepcionais, segundo a endocrinologista Denise Franco. Em entrevista, a especialista destacou que, embora o uso de contraceptivos seja seguro para a maioria, é fundamental uma avaliação médica criteriosa em casos de risco de coagulação ou hipertensão.
Um dos receios comuns entre diabéticas é a influência dos anticoncepcionais na glicemia. Denise esclarece que, embora alguns medicamentos possam afetar o controle glicêmico, é possível ajustar o tratamento do diabetes. “Se você faz uso de insulina, ela será ajustada, assim como outros tipos de medicação, para que o anticoncepcional seja integrado à sua rotina sem comprometer sua saúde”, afirma a endocrinologista.
A escolha do tipo de anticoncepcional também deve ser orientada por um especialista. “Existem várias opções e o médico saberá indicar a melhor conforme o perfil de cada paciente”, diz Denise. Para mulheres diabéticas, uma gravidez não planejada representa um risco significativo, tornando a contracepção ainda mais importante. Além disso, Denise ressalta a importância de métodos como o preservativo, que também previnem doenças sexualmente transmissíveis.
Estudos recentes reforçam a relação positiva entre o uso de anticoncepcionais e a prevenção do diabetes tipo 2 e pré-diabetes em mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP). Uma pesquisa envolvendo 4.814 mulheres com SOP mostrou que o uso de contraceptivos orais combinados reduziu em 26% a chance de desenvolver diabetes tipo 2 e pré-diabetes.
Além de prevenir gestações não planejadas, os anticoncepcionais oferecem uma camada extra de proteção para mulheres com SOP contra o diabetes. Com o acompanhamento adequado, o uso de contraceptivos pode ser uma ferramenta importante na gestão da saúde feminina, especialmente para aquelas com diabetes.
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