Mounjaro reduz 94% o risco de desenvolver diabetes tipo 2

Terra

Uma nova pesquisa de longo prazo trouxe boas notícias para quem enfrenta os riscos de desenvolver diabetes tipo 2, especialmente aqueles com pré-diabetes e obesidade. O estudo, realizado ao longo de 176 semanas, revela que a tirzepatida, um medicamento popularmente conhecido como Mounjaro e utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, pode reduzir significativamente a probabilidade de progressão para diabetes tipo 2 em até 94%.

O portal Um Diabético, teve acesso ao estudo nomeado SURMOUNT-1, que envolveu 1.032 participantes adultos com pré-diabetes e sobrepeso, acompanhando-os por aproximadamente três anos. Durante o período, os participantes receberam doses semanais de 5 mg, 10 mg ou 15 mg de tirzepatida, além de serem submetidos a uma dieta de baixa caloria e um programa de exercícios. Para uma análise mais completa, o estudo incluiu ainda 17 semanas de acompanhamento sem administração do medicamento, totalizando 193 semanas de observação.

Os resultados demonstram não apenas uma redução impressionante no risco de diabetes tipo 2, mas também uma perda de peso significativa entre os participantes. Aqueles que tomaram a dose mais alta de 15 mg apresentaram uma redução média de 22,9% no peso corporal, enquanto o grupo que recebeu placebo viu uma perda modesta de apenas 2,1%. Esses achados sugerem que a tirzepatida pode ser uma ferramenta poderosa na luta contra a obesidade e o diabetes tipo 2.

De acordo com o Dr. Luiz Magno, diretor médico da Eli Lilly do Brasil, “A tirzepatida tem se mostrado uma grande aliada, tanto na perda de peso quanto no controle glicêmico. Esses resultados são promissores e podem revolucionar a abordagem do tratamento de obesidade e diabetes no Brasil.”

Considerações sobre a segurança e continuidade do tratamento

Apesar dos resultados animadores, o estudo também aponta para a necessidade de um tratamento contínuo. Após a interrupção do uso da tirzepatida, os participantes começaram a recuperar peso e o risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumentou levemente. Isso sugere que o medicamento pode precisar ser usado de forma contínua para que seus benefícios sejam mantidos a longo prazo.

Em relação à segurança, os efeitos colaterais mais comuns relatados durante o estudo foram de ordem gastrointestinal, incluindo diarreia, náusea, constipação e vômito. Esses efeitos foram, em sua maioria, de intensidade leve a moderada.

Próximos passos na pesquisa e no tratamento

Os resultados deste estudo serão divulgados em uma publicação científica e apresentados durante o evento ObesityWeek 2024, que ocorrerá entre os dias 3 e 6 de novembro. A tirzepatida também está sendo investigada para o tratamento de outras condições, como apneia do sono e doenças cardíacas.