Uma semana depois do portal Um Diabético dar detalhes da compra emergencial de insulina de ação rápida do exterior, o Ministério da Saúde emitiu uma nota oficial sobre o assunto.
A reportagem que mostrou a negociação de mais de 1 milhão e trezentas mil canetas do medicamento pela empresa GlobalX Technology Limited, com sede em Hong Kong, na China, foi publicada em 04 de maio. Essa companhia seria uma intermediária entre os governos e o fabricante, que até então não era conhecido. Na publicação de hoje, o Ministério da Saúde apresentou o nome da empresa que produz a insulina adquirida: Gan & Lee Pharmaceuticals. A empresa, fundada em 1998, afirma em seu perfil no LinkedIn que tem sede em Pequim e que desenvolveu o “primeiro análogo chinês de insulina doméstica”.
Regulação
Apenas 3 empresas no Brasil tem autorização da Anvisa para produzir e comercializar a insulina de ação rápida. A Gan & Lee não é uma delas. Mas, segundo a nota, a farmacêutica chinesa possui registro em países com agências regulatórias sanitárias membros do ICH (International Council for Harmonisation ), a qual a China faz parte. “A Organização Mundial da Saúde e a Anvisa aceitam e recomendam o registro do ICH para situações de emergência”, afirma o Ministério da Saúde.
Foram compradas 1.346.826 canetas de insulina de 3 ml com valor de R$ 13,96 por unidade, resultando em um custo total de R$ 18.801.690,96 ao Governo Federal.A negociação foi concluída no dia 9 de maio de 2023. “O quantitativo é suficiente para o tratamento de mais de 67 mil pacientes em todo o país. A previsão é que a primeira entrega da empresa GlobalX seja realizada até 9 de julho. O Ministério da Saúde mantém tratativas com o distribuidor para antecipação de parte do quantitativo”, afirma a nota.
Desabastecimento
A nota divulgada ainda aponta outras medidas tomadas pela União para evitar o desabastecimento total, como o remanejamento dos estoques existentes entre estados e a autorização de compra pelas Secretarias Estaduais de Saúde com ressarcimento por parte do Ministério da Saúde. “Cabe reforçar que o país enfrenta cenário de falta de produção nacional de insulina análoga de ação rápida de forma sustentável e capaz de atender às necessidades nacionais”, alerta o órgão oficial. “Por fim, cabe informar que as insulinas regulares mais consumidas estão em estoque adequada e o caso da insulina análoga de ação rápida está sendo tratado com máxima prioridade junto aos fornecedores nacionais e internacionais para garantir o atendimento da população”, conclui a nota, que pode ser vista na íntegra aqui.
O portal Um Diabético enviou emails à Anvisa e ao Ministério da Saúde durante a elaboração de todas as reportagens sobre o assunto, mas não recebeu respostas dos órgãos oficiais.
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