O diabetes tipo 1 (DM1), uma condição crônica que pode ser hereditária, não é apenas um diagnóstico, mas um desafio que transforma a vida de famílias inteiras. Essa é a história de Manuela Cerqueira e seu pai, Anderson Cerqueira, que, juntos, enfrentam os altos e baixos dessa doença com coragem e amor.
Anderson, um servidor público, foi diagnosticado com diabetes tipo 1 ainda jovem. Desde então, desenvolveu um forte senso de disciplina para controlar sua glicemia e usar insulina. Em 2021, enquanto a pandemia ainda afetava o mundo, uma nova realidade se impôs: sua filha Manuela, com apenas 8 anos, recebeu o mesmo diagnóstico. Para os dois, esse momento não foi apenas uma confirmação, mas o início de uma luta compartilhada.
“Na hora do diagnóstico, o coração apertou. Eu sabia o que ela estava prestes a enfrentar, mas também sabia que a experiência poderia ser um guia”, reflete Anderson. Com uma herança de desafios, pai e filha logo perceberam que poderiam se apoiar mutuamente. A conexão deles se fortaleceu, e a disciplina que Anderson cultivou ao longo dos anos se tornou um legado.
Superando juntos
Após o diagnóstico de Manuela, que veio após um exame de sangue, a família mergulhou em um novo cotidiano. As noites agora eram marcadas por verificações de glicemia e adaptações na alimentação. “No começo, eu me sentia perdida. Mas meu pai sempre estava lá, me ensinando e me apoiando”, compartilha Manuela, com um brilho de determinação nos olhos.
Anderson e sua esposa se tornaram vigilantes em relação à alimentação da filha. A concentração de carboidratos passou a ser uma preocupação constante, e a prática de atividades físicas se tornou uma prioridade. “Quando a Manu não se exercita, as hiperglicemias aparecem. Temos que estar sempre atentos”, comenta Anderson.
Essa vigilância trouxe também um aprendizado emocional. “Meu pai sempre diz que o controle emocional é tão importante quanto o físico. Ele é meu exemplo”, afirma Manuela. A pequena, que desde cedo ajudava o pai a aplicar insulina, encontrou força na própria condição. Juntos, eles estabelecem uma rotina que vai além do controle da glicemia — é uma dança entre disciplina e amor.
A vida em família
A vida social e escolar de Manuela exige atenção especial. “Eu aprendi a não me envergonhar de aplicar insulina na frente dos meus amigos. Eles me apoiam, e isso é maravilhoso”, conta ela. Anderson, por sua vez, é um pilar de apoio constante. “As perguntas dela, como ‘Pai, estou fazendo tudo certo?’, me lembram da importância de estarmos sempre juntos nessa jornada”, diz ele, com um sorriso cheio de amor.
A rotina no judô, um esporte que Manu adotou, tornou-se um símbolo de resistência. Ela não apenas disputa competições, como também conquistou o 3º lugar no Campeonato Brasileiro Sub-13. “O judô me ajuda a manter a glicemia sob controle e a me sentir forte”, diz ela, orgulhosa. Anderson enfatiza a importância da disciplina que o esporte exige: “Precisamos nos superar a cada dia. Cada amanhecer é uma nova chance”.
Esperança no futuro
Anderson sonha com um futuro onde a ciência traga avanços no tratamento do diabetes. Ele lembra uma frase de seu endocrinologista: “Cuide-se bem, para quando algo novo aparecer, você ter saúde para usufruir”. Essa esperança é compartilhada entre pai e filha, que, juntos, traçam um caminho de coragem e superação.
A história de Manuela e Anderson é um testemunho do poder do amor e do apoio familiar em tempos de dificuldades. Apesar dos desafios que o diabetes tipo 1 impõe, eles mostram que a determinação e a união podem transformar uma condição crônica em uma jornada de aprendizado e crescimento.
A vida pode não ser fácil, mas, ao lado um do outro, eles enfrentam cada desafio com otimismo e resiliência, provando que a verdadeira força vem do coração.
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