Apenas caixa com 5 unidades será vendida no Brasil
Nas últimas duas semanas, quem convive com diabetes e faz o tratamento com a insulina basal (ação lenta) Tresiba está enfrentando dificuldade para encontrar a medicação nas farmácias. O problema teria começado após a fabricante, Novo Nordisk, anunciar que a embalagem com uma unidade de caneta não será mais comercializada no Brasil e que a nova apresentação será a caixa com 5 unidades, como acontece em outros países do mundo.
Izabella Bezerra, 22 anos, convive com diabetes tipo 1 há 13 anos. No início da semana passada, começou a não encontrar o medicamento. A jovem, que costuma comprar as insulinas em farmácias digitais ou aplicativo de entrega, contou que todos os pedidos eram cancelados sem explicação, “O preocupante é que além da Tresiba, as farmácias também estavam em falta de outros análogos, como a Levemir, uma insulina basal que também tem a mesma função da Tresiba, só que com uma duração menor”, relatou a jovem.
A estudante de medicina, que mora em São Paulo, conseguiu comprar duas caixas de insulina Tresiba pela internet depois de várias tentativas, mas precisou esperar, “consegui fazer o meu pedido, mas ainda assim tive que esperar até o dia seguinte, já que as 2 unidades de Tresiba que pedi estavam vindo de Recife (PE)”.
A nova apresentação da Tresiba no Brasil já é comum em outros países do mundo e estará disponível em março de 2024. Segundo a fabricante, a empresa global de saúde Novo Nordisk, a mudança faz parte de uma estratégia mundial que tem como objetivo a redução dos impactos ambientais, “A alteração possibilitará ao paciente uma programação do tratamento por um período maior e resultará em um menor impacto ambiental devido à redução significativa de papel proporcionada, considerando a menor produção de embalagens e bulas”, informou em nota a Novo Nordisk.
Ainda segundo a empresa, essa mudança dará mais agilidade na produção do medicamento “Trata-se de uma decisão operacional tomada com o objetivo de adequar as embalagens do produto ao padrão adotado pela Novo Nordisk em todo o mundo, além de ser uma solução para aumentar a velocidade de produção do medicamento. Importante ressaltar que não há problemas de qualidade ou regulatórios com nenhuma das apresentações do produto “, esclareceu a empresa.
Um dos maiores questionamentos é em relação ao valor do medicamento. Atualmente, a caixa com uma caneta de insulina é vendida por R$ 150,00, para quem faz parte do programa de benefício da empresa NovoDia, já a nova caixa com 5 canetas de insulina deverá custar, neste mesmo programa, R$ 740,00, ou seja, o valor continua praticamente o mesmo – R$ 148,00 por unidade.
Para a Izabella Bezerra, que já estava acostumada a comprar mais de uma caixa de insulina, a nova embalagem não afetará sua rotina, “No meu caso, eu tenho condições de pagar por uma quantidade maior, para mim já era algo mais prático comprar mais de uma unidade”, concluiu a jovem com diabetes tipo 1.
Procurada pela nossa equipe de reportagem, a ADJ Diabetes Brasil, instituição ligada a 33 associações de pacientes, relatou que não recebeu até o momento nenhuma reclamação relacionada à mudança de apresentação da insulina Tresiba. Em nota a entidade disse: “A ADJ Diabetes Brasil luta para que o acesso a todos os tipos de tratamento para o diabetes seja garantido às pessoas com diabetes de acordo com suas necessidades, com acesso universal, qualidade e com preço justo, independente do tipo de medicamento ou insumo. A ADJ luta por políticas públicas para que isso possa se tornar realidade”.
Outras opções disponíveis no Brasil:
Existem 7 opções comerciais de insulinas basais, de ação mais lenta, disponíveis no país. A substituição deve ser feita a partir de orientação médica, pois o tempo de ação pode variar entre uma e outra. Além disso, algumas apresentam picos de ação diferentes. Na tabela abaixo divulgado pela Sociedade Brasileira de Diabetes é possível entender como cada uma age, o pico de ação e o tempo:
Nomes comerciais:
NPH – insulinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e farmácias privadas
Glargina U100 – Disponíveis com os seguintes nomes comerciais: Lantus, Basaglar e Glargilin
Determir – Insulina de nome comercial Levemir
Glargina U300 – Insulina de nome comercial Toujeu
Degludeca – Insulina comercialmente conhecida como Tresiba
Todas essas insulinas podem ser utilizadas como insulina basal, mas é importante dizer que a dosagem pode variar, daí a importância de ter a orientação médica nessa troca. Outra informação importante é que insulinas basais não fazem o papel das insulinas de ação rápida ou ultrarrápida (bolus) que são aplicadas poucos minutos antes das refeições ou após corrigir a glicemia.
Atenção! Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica.
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2 thoughts on “Insulina “Tresiba” deixa de ter embalagem unitária”
Muito bom e esclarecedor este artigo . Gostaria de ler a opiniao dos endocrinologistas sobre este assunto.
A Treziba so se encontra embalagem com cinco unidades. O consumidor nada ganhou apenas perdeu. minha esposa consumo uma caneta por mes mas agora preciso comprar para cinco meses !!! risco de perder o prdutos devido aos cuidados na armazenagem . para mim isto beneficiou somente o laboratroio que tem seu faturamento gaatido. Ainda bem que em breve a patende deles vai cair e podemos fabricar as genericas ou simlares por preço muiito menores e para a quanitdade que euisermos comprar e nao as quantidades que eles nos impoes .
Muito bom o artigo.
Só que quem tem diabetes tipo 2 e usa insulina NPH desta empresa tem sofrido há 4 meses com a falta da insulina para seringa. Podiam fazer um artigo sobre isso….
Muito bom e esclarecedor este artigo . Gostaria de ler a opiniao dos endocrinologistas sobre este assunto.
A Treziba so se encontra embalagem com cinco unidades. O consumidor nada ganhou apenas perdeu. minha esposa consumo uma caneta por mes mas agora preciso comprar para cinco meses !!! risco de perder o prdutos devido aos cuidados na armazenagem . para mim isto beneficiou somente o laboratroio que tem seu faturamento gaatido. Ainda bem que em breve a patende deles vai cair e podemos fabricar as genericas ou simlares por preço muiito menores e para a quanitdade que euisermos comprar e nao as quantidades que eles nos impoes .
Muito bom o artigo.
Só que quem tem diabetes tipo 2 e usa insulina NPH desta empresa tem sofrido há 4 meses com a falta da insulina para seringa. Podiam fazer um artigo sobre isso….