Repórter do portal Um Diabético. Adora fazer entrevistas e acredita que a apuração jornalística é a melhor vacina contra as notícias falsas. redacao@umdiabetico.com.br
Nos últimos dias o estado de saúde do apresentador Fausto Silva, de 73 anos, vem sendo um dos principais assuntos comentados pelos brasileiros. A notícia é que um dos apresentadores mais conhecidos do país foi internado no dia 5 de agosto. O quadro de insuficiência cardíaca, que está sendo acompanhado desde 2020, se agravou.
A internação de Faustão que convive com o diabetes reforça a importância dos cuidados de que convive com a doença crônica por ser um dos principais fatores de risco para os problemas cardiovasculares graves como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes indicam que o risco de uma pessoa com diabetes sofrer infarto chega a 40% a mais nos homens e 50% a mais em mulheres, em relação a mesma população sem a doença. Isso acontece porque o diabetes está associado a outros fatores de risco para o coração como hipertensão, colesterol e obesidade. “Ambas as doenças estão ligadas principalmente pelo fato de que o diabetes pode causar insuficiência cardíaca e os tratamentos do diabetes precisam ser neutros ou melhorar a insuficiência cardíaca“, explica o cardiologista do HCor, Marcos Tenuta Jr.
Diabetes x Doenças Cardiovasculares
Fatores como o mau controle glicêmico, o maior índice corporal, idade avançada, tempo de diabetes e outras doenças estão associadas a maior incidência de insuficiência cardíaca entre as pessoas com diabetes. “No Brasil, a principal causa de insuficiência cardíaca é a doença coronária que está diretamente ligada ao diabetes, hipertensão e obesidade” diz o médico. O aumento do açúcar no sangue e a resistência à insulina são os responsáveis pelos danos nos vasos sanguíneos, o que aumenta a inflamação e o acúmulo de gorduras, resultando em doença arterial coronariana, que pode resultar em infarto e má funcionamento do músculo cardíaco.
Além disso, a alteração do metabolismo dos açúcares no sangue pode ter um impacto direto no funcionamento cardíaco, obtido o fornecimento de energia essencial às células do coração. Isso resulta em uma diminuição na eficiência do coração como uma bomba, comprometendo sua capacidade de execução ou sangue de maneira adequada.
Essas observações são especialmente notáveis na condição de insuficiência cardíaca, na qual o coração perde gradualmente sua capacidade de bombear o sangue de forma eficaz, resultando em um estado de inadequação funcional: “podemos chamar essas doenças em conjunto de síndrome metabólica. Elas são interligadas, pois são fatores de risco individuais e incrementais para causar eventos cardiovasculares como infarto, AVC e morte”.
A progressão da insuficiência cardíaca provoca consequências graves para o organismo. A redução da capacidade de bombeamento do coração leva a uma menor oxigenação dos órgãos e tecidos, criando bases para o surgimento de sintomas distintos. No contexto dessa condição, manifestações como falta de ar, cansaço excessivo, inchaço e agitação surgem como reflexo da capacidade limitada do coração em atender às demandas circulatórias do corpo.
Principalmente, os sintomas de insuficiência cardíaca tendem a se manifestar durante atividades que exigem esforço físico intenso. À medida que a doença avança, esses sintomas podem se manifestar mesmo durante atividades de menor intensidade ou, em estágios mais avançados, durante períodos de segurança. Essa evolução exige uma condição que tem um impacto específico na qualidade de vida dos indivíduos afetados, promovendo sua capacidade de realizar atividades cotidianas de maneira confortável e independente.
O manejo adequado da saúde cardiovascular, juntamente com medidas para controlar os níveis de açúcar no sangue, desempenha um papel crucial na prevenção e no tratamento dessa condição, promove a preservação da função cardíaca e melhora a qualidade de vida dos pacientes. O cardiologista explica a importância de fazer um acompanhamento preventivo: “Recomendamos que os pacientes procurem fazer exames frequentes para verificar a sua saúde, procurando consultar-se com médicos especialistas”.
Faustão terá prioridade na fila do transplante?
O apresentador Faustão está sob cuidados intensivos e faz uso de medicamentos para auxílio no bombeamento do coração. O comunicador precisará de um transplante e aguardará por um doador na fila administrada pelo Sistema Único de Saúde ( SUS), de acordo com os critérios do Ministério da Saúde, o apresentador atende aos critérios de prioridade e não ficará no fim da fila, no Brasil existem dois perfis de pessoas que aguardam por transplante de coração: pacientes que não são dependentes de remédios e não precisam de internação contínua, neste caso o tempo de espera é de até 18 meses, e uma fila de prioridade que são de pacientes que apresentam piora na função cardíaca e dependência de remédios, neste caso o paciente pode esperar de 2 a 4 meses por um coração. É neste último perfil que o apresentador Fausto Silva se enquadra. Segundo dados do Hospital do Coração (Hcor) atualmente cerca de 40 mil pessoas aguardam por um transplante do órgão no Brasil.
Hospital afirma que transplante ocorreu com sucesso
Maurílio Goeldner
Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br
Neste domingo, 27, o Hospital Albert Einstein informou que Faustão passou por transplante. “O procedimento foi realizado com sucesso e Fausto Silva permanece na UTI, pois as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”, diz o boletim.
Ainda de acordo com a assessoria do Einstein, a Central de Transplantes do Estado de São Paulo contatou o hospital na madrugada deste domingo para informar sobre o coração para ser transplantado no apresentador. Após a avaliação de compatibilidade do órgão, a cirurgia foi realizada e durou cerca de 2h30.
Prioridade tem relação com a gravidade do caso
Em nota oficial o Ministério da Saúde informa que, na última semana, entre 19 e 26 de agosto, foram realizados 11 transplantes de coração no país, sendo sete no estado de São Paulo, unidade da federação com maior volume de transplantes. Neste domingo (27), mais um paciente na capital paulista foi contemplado com um transplante cardíaco, neste caso, também priorizado na fila de espera em razão de seu estado muito grave de saúde – o apresentador Fausto Silva. Ele recebeu um coração após constatada a compatibilidade necessária para o procedimento, assim como os outros sete transplantados.
O Ministério da Saúde voltou a afirmar que a lista de espera para transplantes é a mesma tanto na rede pública quanto na privada. A ordem de preferência obedece a critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.
“Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, destacou. “Os pacientes, por meio do SUS, recebem assistência integral, equânime, universal e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante”, ressalta a nota.
Muito bom! Adorei a matéria!
Muito boa a matéria!
Gostei da matéria. Tenho insuficiência cardíaca, coração grande, hipertensão e diabetes tipo 2. Bem esclarecedora.