INEP nega reaplicação do Enem para estudante com diabetes após alarme disparar “exclusores”

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O jovem com diabetes tipo 1, que foi retirado da sala do Enem em Sobradinho-RS após o alarme de seu sensor de glicose disparar, teve o pedido de reaplicação do exame negado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), responsável pela realização da prova. O estudante havia registrado o pedido no dia 13 de novembro e recebeu a resposta nesta quarta-feira (22).

Ao registrar o pedido de reaplicação, o jovem detalhou em sua justificativa: “Fui eliminado indevidamente após o alarme da minha glicose ecoar. Sou diabético tipo 1 (DM1) e deixei informado na minha ficha de inscrição o CID da doença. Mesmo assim fui eliminado. Necessito desse alarme, ele é vital e é uma segurança da minha saúde.” Apesar disso, o INEP indeferiu o pedido, alegando que ele descumpriu “um dos itens de obrigações previstos no edital” e que sua eliminação foi “correta”. Para o instituto, a situação não configura motivo para a reaplicação da prova, marcada para os dias 10 e 11 de dezembro.

Após a resposta, o pai do jovem, Rudnei Noro, usou as redes sociais para demonstrar sua indignação. “A exclusão é oficializada. E institucionalizada. Mesmo depois de uma ‘nota oficial’ do INEP. Desculpa pra quem falei que a questão do Enem estava resolvida. Acreditei na palavra destes irresponsáveis, discriminadores, ‘exclusores’”, escreveu ele.

O estudante, que viajou 50 quilômetros de Salto do Jacuí até Sobradinho para realizar a prova, havia informado sua condição de saúde no ato da inscrição, utilizando a opção “Outra deficiência ou condição especial”, já que não existe um campo específico para diabetes. No dia da prova, o celular que recebia os alertas do sensor de glicose estava desligado e guardado em um saco, mas ele foi retirado da sala após o alarme ser considerado uma “perturbação” aos demais candidatos.

A família afirmou que está avaliando os próximos passos e lamentou a condução do caso pelo INEP. A situação segue gerando repercussão e reforça os questionamentos sobre acessibilidade e inclusão em exames nacionais.

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