O diabetes tipo 1 é frequentemente associado a crianças e jovens, mas a história de Marly, uma senhora de 79 anos de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, mostra que a doença pode se manifestar em qualquer fase da vida. O diagnóstico inesperado veio durante a pandemia de Covid-19, quando ela tinha 75 anos e trouxe desafios e mudanças profundas para a rotina.
O impacto do diagnóstico tardio
Durante o isolamento social, Marly percebeu sintomas que indicavam algo errado. “Eu sentia muita sede, uma fome que nunca passava e um cansaço que me deixava esgotada“, relata. Em um primeiro momento, os médicos suspeitaram do diabetes tipo 2, mais comum em idosos. No entanto, o tempo passou e o quadro dela se agravou, resultando em uma perda drástica de 28 kg em menos de dois meses e na queda de todas as unhas das mãos e dos pés.
A dificuldade de obter o diagnóstico correto não foi o único desafio. “Foi um baque enorme, porque eu não esperava. Mas eu sou forte, né? Eu precisava me adaptar“, diz Marly. O diabetes tipo 1 exige aplicações diárias de insulina e um controle da alimentação, algo que ela teve que aprender do dia para a noite.
A adaptação e a superação
Mesmo com as dificuldades, Marly se dedicou a entender sua nova rotina. A história dela é um exemplo de resiliência e mostra como é essencial prestar atenção aos sinais do corpo, independentemente da idade. O caso de Marly reforça a importância de informação e acompanhamento médico adequado, além de desmistificar a ideia de que o diabetes tipo 1 afeta apenas jovens. Seu relato é um lembrete de que o autocuidado e a força de vontade podem transformar qualquer diagnóstico em um novo começo.
O erro no diagnóstico e suas consequências
Dados recentes apontam que a descoberta equivocada do tipo de diabetes ocorre em até 40% dos pacientes diagnosticados após os 30 anos. Isso acontece porque o diabetes tipo 1 pode ser confundido com o tipo 2 devido à idade do paciente e à presença de alguns sintomas semelhantes. Essa confusão pode atrasar o tratamento correto, levando a complicações graves, como perda de peso extrema e doenças secundárias.
Para evitar equívocos, especialistas ressaltam a necessidade de exames específicos, como a dosagem de anticorpos e a avaliação dos níveis de peptíde C. Essas análises ajudam a diferenciar o diabetes tipo 1 do tipo 2, garantindo que o paciente receba a terapia mais adequada o quanto antes. Casos como o de Marly mostram a importância de um diagnóstico preciso e ágil para melhorar a qualidade de vida e evitar complicações desnecessárias e se entrelaça com a de muitos brasileiros: descobrir o diabetes tipo 1 na vida adulta. Isso pode parecer uma novidade, mas já atinge milhares de pessoas no Brasil e no mundo. O diabetes mostrou novas faces nos últimos anos, junto com o aumento de casos em escala mundial.
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