O diabetes impõe diversos desafios diários no controle da glicose. São níveis que sobem e descem a todo o momento do dia, com base em alimentação, emocional e vários outros fatores determinantes. Mas, quando uma taxa de glicemia cai rapidamente, será que uma pessoa que convive com diabetes consegue pedir ajuda?
A resposta é: sim! Mas nem sempre é possível contar com o auxílio de outras pessoas, principalmente no cotidiano das ruas pelo Brasil. Muitos confundem uma pessoa com hipoglicemia com embriaguez, usuário de drogas e deixam de oferecer ajuda em alguns casos.
Casos
A Eliana, de 67 anos, convive com o diabetes e conta que, durante uma queda de glicose, desequilibrou e caiu enquanto andava sozinha em uma avenida movimentada de Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro. Ela conta que algumas pessoas passaram e viram, mas ninguém a ajudou.
“Estava caminhando com minhas bolsas, porque vendo doces gourmet pela cidade. Era umas 10h da manhã. Quando fiz um movimento de virada pra atravessar a sua, me senti tonta e caí. Estava muito quente, eu não senti que estava com a glicose baixa. Não consegui levantar pelo peso nas pernas e pedi ajuda de todos que passavam. Só que as pessoas me olhavam com desprezo, até falando que eu tinha que ter vergonha de estar bêbada aquela hora do dia.”
A Marcia Jesus, mãe do Gustavo, de 24 anos, que convive com o diabetes tipo 1, conta que até mesmo alguns profissionais de saúde não estão preparados. Ela passou um grande susto com o filho no Carnaval. Ele desmaiou por uma hipoglicemia severa e mesmo acordando, não retomou a consciência.
“Levamos [o Gustavo] para o hospital e quando chegamos, era um sábado de carnaval, e eu cheguei relatando que era uma hipoglicemia severa, que ele era DM1 e as pessoas já te vêem com outro olhar. Um jovem de 24 anos, num dia de carnaval, com uma mente confusa. Ele já tem logo o pensamento de que é bebida, mas era uma hipo. Ele foi medicado, foi feito ali os primeiros socorros, mas ninguém me falava nada! Então, aí é um sentimento de mãe que viveu a experiência na pele. Ele demorou quase 24 horas para retornar à mente e foram momentos tensos.”
Em São Paulo, um caso de trânsito envolvendo uma pessoa que convive com diabetes também chamou a atenção de motoboys e outros motoristas que passavam por uma via movimentada da capital paulista. O homem, que não teve identidade revelada, ficou desorientado por uma hipoglicemia e bateu em diversas muretas. Quem passava pela via acreditava que o homem estava embriagado. Um vídeo publicado nas redes sociais mostram os momentos. Acompanhe:
Se você está próximo de uma pessoa que tem diabetes, fique atento aos sintomas. Ela pode manifestar a atenção de que está com problema de glicose baixa, mas é importante conhecer os sintomas:
Tremor;
Suor excessivo;
Palpitações;
Fome intensa;
Tontura ou sensação de desmaio;
Confusão mental ou dificuldade de concentração;
Irritabilidade.
Como resolver?
Para conter a hipoglicemia, é importante reconhecer os primeiros sinais rapidamente e agir para que os níveis de glicose não caiam ainda mais. É importante confirmar a condição através do teste glicêmico e consumir de 15 a 20 gramas de carboidratos de ação rápida. Algumas opções são:
3 colheres de chá de açúcar diluídas em água;
1 colher de sopa ou sachê de mel;
1 copo pequeno (150 ml) de suco de laranja ou refrigerante comum.
Como prevenir?
É possível evitar os casos de hipoglicemia! A alimetação reforçada e balanceada e o controle dos níveis de glicose em períodos mais ativos do dia são medidas primordiais. Mas se você ainda assim, faz as recomendações e tem problemas, é preciso procurar um médico par ajuste dos níveis de insulina e medicamento.