Febre Oropouche: conheça os riscos e cuidados para pessoas com diabetes

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A febre oropouche, arbovirose transmitida por mosquitos, tem ganhado destaque no Brasil, especialmente em regiões tropicais e em épocas de chuva. Apesar de afetar a maioria das pessoas de forma leve, quem convive com diabetes precisa de atenção especial devido aos riscos de complicações. O endocrinologista Marcio Krakauer explica como a doença pode impactar a saúde desses pacientes e dá dicas importantes para enfrentá-la.

O que é a febre oropouche e quais são os sintomas?

A febre oropouche é causada por um vírus transmitido pela picada de mosquitos infectados e, em casos raros, pelo contato com secreções de pessoas contaminadas. Segundo Krakauer, os sintomas mais comuns incluem:

  • Febre alta;
  • Dores musculares e articulares;
  • Sensibilidade à luz;
  • Vômitos e diarreia, em alguns casos.

Embora a maioria das pessoas se recupere em até 10 dias, é essencial prestar atenção aos sinais, especialmente em quem convive com diabetes.

Por que a febre oropouche é perigosa?

De acordo com o especialista, a febre oropouche pode desestabilizar o controle glicêmico devido à inflamação, febre e outros sintomas. “A febre, a dor, o vômito e a diarreia podem descompensar a glicemia, levando tanto à hiperglicemia quanto à hipoglicemia”, explica Krakauer.

Além disso, há um risco elevado de cetoacidose diabética, uma complicação grave que ocorre quando o organismo não tem insulina suficiente. “A desidratação provocada pela infecção pode levar à cetoacidose, especialmente em pacientes com diabetes tipo 1. É uma situação que exige hospitalização e, em casos graves, internação em UTI”, alerta o médico.

Dicas para controlar o diabetes durante a febre oropouche

Para evitar complicações, o endocrinologista recomenda algumas medidas essenciais:

  1. Monitorar a glicose frequentemente: “Quem usa sensores de glicose deve escanear mais vezes ao dia, com intervalos menores entre as medições”, orienta.
  2. Manter a hidratação adequada: Consumir água, água de coco e bebidas isotônicas para evitar desidratação. “O ideal é que a urina fique clara, próxima à cor da água”, explica.
  3. Não interromper a insulina: Mesmo que a pessoa esteja com náuseas ou vômitos, é importante ajustar as doses de insulina para evitar complicações.
  4. Evitar medicamentos que agravem os sintomas: “Se o paciente usa medicamentos à base de GLP-1 e apresenta náuseas, é melhor pausar o uso até que os sintomas melhorem”, recomenda Krakauer.

Prevenção

Além do controle da glicemia, o médico reforça a importância de medidas preventivas, como:

  • Repouso adequado;
  • Uso de máscara para evitar infecções secundárias;
  • Higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel.

Ficar atento aos sinais de alerta e buscar orientação médica em caso de agravamento dos sintomas é essencial para evitar complicações mais graves”, conclui o endocrinologista.

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