Uma boa noite de sono pode fazer toda a diferença na saúde, e para pessoas com diabetes tipo 1, esse impacto pode ser ainda maior. Um estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, revelou que a qualidade do sono está diretamente ligada ao controle da glicose, influenciando nos níveis de açúcar no sangue e aumentando o risco de complicações da doença.
A pesquisa aponta que indivíduos com diabetes tipo 1 frequentemente apresentam distúrbios do sono, como dificuldade para dormir, despertar noturno e menor tempo de sono profundo, fatores que podem comprometer o metabolismo e dificultar o controle da glicemia. Diante disso, especialistas reforçam a importância de estratégias para melhorar a qualidade do sono como parte essencial do tratamento.
Como o sono afeta o controle do diabetes tipo 1?
Pesquisas mostram que quem tem diabetes tipo 1 muitas vezes pode dormir pior do que pessoas saudáveis. Crianças e adultos com a condição relatam menor qualidade do sono, o que pode ser confirmado por exames que monitoram a atividade cerebral durante a noite. Esses estudos revelam que eles passam mais tempo no sono leve e menos tempo no sono profundo, essencial para a recuperação do corpo.
A falta de um sono adequado pode levar a um controle de glicemia pior. Crianças e adolescentes que relataram dificuldade para dormir apresentaram níveis mais altos de hemoglobina glicada (A1C), um indicador de longo prazo da glicose no sangue. Em adultos, dormir menos de 6,5 horas por noite também esteve ligado a uma hemoglobina mais elevada.
Oscilações na glicemia
A qualidade do sono também influencia na sensibilidade à insulina. O estudo indica que após apenas uma noite de sono reduzido, a capacidade do corpo de responder à insulina diminui. Isso significa que o organismo pode ter mais dificuldade em manter os níveis de glicose estáveis, levando a oscilações bruscas entre hiperglicemia e hipoglicemia.
Outro problema comum é que episódios de hipoglicemia durante a noite muitas vezes não acordam a pessoa, dificultando o tratamento imediato e aumentando os riscos. Por outro lado, quando a glicose sobe muito (hiperglicemia), os sintomas podem causar micção frequente e sede excessiva, interrompendo o sono.
A endocrinologista dra. Denise Franco, em uma live do portal “Um Diabético”, comentou sobre as glicoses mais elevadas durante a noite, principalmente relacionada ao sono.
“Esse acordar na madrugada faz com que a gente tenha essa elevação desses hormônios que elevam a glicemia e trazem outras alterações que ocorrem além da glicemia alternada, mas elas podem colaborar aí para, por exemplo, ser a causa de a gente abrir o diagnóstico de diabetes tipo 2. Também deixa a gente mais ansioso, aumenta a fome, a gente pode ganhar mais peso, isso porque eu estou acordando no meio da madrugada.”
Como melhorar o sono e controlar melhor a glicemia
Existem algumas estratégias que podem ajudar a melhorar a qualidade do sono e, consequentemente, o controle do diabetes tipo 1:
Manter uma rotina de sono: dormir e acordar no mesmo horário todos os dias ajuda a regular o relógio biológico;
Evitar telas antes de dormir: a luz azul de celulares e computadores pode atrapalhar a produção de melatonina, hormônio do sono;
Monitorar a glicemia antes de dormir: manter a glicose estável à noite pode prevenir hipoglicemias ou hiperglicemias que atrapalham o sono;
Criar um ambiente propício para dormir: manter o quarto escuro, silencioso e com temperatura agradável favorece uma noite de sono reparadora;
Consultar um especialista: em casos de insônia frequente ou suspeita de apneia do sono, procurar um profissional de saúde pode ser fundamental.
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