Falta de exercício físico pode causar diabetes?

Tratamento

Aline Feitosa

Repórter do portal Um Diabético. Adora fazer entrevistas e acredita que a apuração jornalística é a melhor vacina contra as notícias falsas. redacao@umdiabetico.com.br

Sedentarismo é quando a gente passa muito tempo sem fazer atividade física, como caminhar, correr, ou fazer exercícios. Isso pode fazer mal para a saúde de várias maneiras, e uma delas é aumentar o risco de ter diabetes. O tema foi sugerido pela leitora do portal Um Diabético, Carmem Costa. Você também pode deixar sua ideia de pauta clicando aqui.

Quando a gente passa muito tempo sentado ou deitado, o nosso corpo não usa o açúcar do sangue do jeito certo. O açúcar, também chamado de glicose, é importante para dar energia para o nosso corpo funcionar bem. Mas, se não usamos essa energia, ela fica no sangue e pode causar problemas.

O preparador físico Emerson Bisan: “Procure atividades que mais te agradam”

O preparador físico Emerson Bisan, que convive com diabetes tipo 1, acredita que as comodidades do mundo moderno levou as pessoas a adotarem hábitos mais fáceis, porém menos saudáveis. “As doenças ligadas à quantidade de gorduras no sistema circulatório e à obesidade estão ligadas diretamente à falta de um estilo de vida ativo e pelas alterações hormonais”, explica. 

A falta total de exercícios físicos aumenta o risco de desenvolver doenças crônicas. “Além das síndromes e doenças mentais modernas, estão também diretamente ligadas à desequilíbrio de hormônios que são fabricados naturalmente pelo corpo quando expostos a atividade física”, diz o educador. 

Doenças que não passam de uma pessoa para outra, como câncer, diabetes e problemas no coração, causam 74% das mortes em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Comer de forma errada, não se movimentar muito e fumar são as principais razões para essas doenças. A OMS diz que não se exercitar será tão prejudicial quanto fumar durante o século 21. No entanto, somente 30% dos países que foram avaliados em um relatório da organização em outubro têm regras nacionais para fazer atividades físicas para todas as idades. A OMS também prevê que 500 milhões de pessoas terão doenças não passíveis de transmissão por falta de movimentação até  2030.

Impactos do sedentarismo na gestão da diabetes

O sedentarismo, que é a falta de atividade física regular, pode ter impactos significativos na gestão da diabetes, uma condição em que o corpo não consegue controlar adequadamente os níveis de açúcar no sangue.

  • Controle glicêmico prejudicado: A prática regular de exercícios ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e a absorção de glicose pelas células, auxiliando no controle dos níveis de açúcar no sangue. O sedentarismo pode levar a um descontrole glicêmico, tornando mais difícil gerenciar a diabetes.
  • Resistência à insulina: O sedentarismo pode aumentar a resistência à insulina, o que significa que o corpo precisa produzir mais insulina para manter os níveis de glicose sob controle. Isso pode levar a um ciclo prejudicial, com mais resistência à insulina e mais dificuldade no controle da glicemia.
  • Ganho de peso: A falta de atividade física pode levar ao ganho de peso, o que é um fator de risco para diabetes. O excesso de peso pode piorar a resistência à insulina e agravar a diabetes, tornando o controle da glicemia mais desafiador.
  • Aumento do risco de complicações: O sedentarismo está associado a um maior risco de desenvolver complicações relacionadas à diabetes, como doenças cardiovasculares, neuropatia, problemas nos rins e nos olhos. A falta de atividade física pode agravar essas complicações e afetar a qualidade de vida.
  • Alterações lipídicas: A inatividade física pode levar a alterações nos níveis de lipídios no sangue, como aumento do colesterol LDL (ruim) e redução do colesterol HDL (bom), o que pode aumentar o risco de doenças cardíacas, comumente associadas à diabetes.
  • Redução do condicionamento físico: A falta de exercício pode levar à perda de força muscular e resistência, o que pode tornar as atividades diárias mais difíceis de serem realizadas. Isso pode diminuir a qualidade de vida e a independência das pessoas com diabetes.