Um estudo realizado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) analisou a relação entre diabetes, hiperglicemia e infecções do trato urinário. Os resultados destacaram a hiperglicemia como um fator predisponente para o desenvolvimento dessas infecções, especialmente em mulheres idosas.
Infecções urinárias: um problema comum
As infecções de urina são frequentes entre a população geral e são caracterizadas por uma resposta inflamatória do trato urinário à presença de bactérias. Segundo o estudo, as bactérias são os agentes causadores mais comuns, representando cerca de 80% das infecções.
Diabetes e o aumento do risco
O diabetes, especialmente quando associado à hiperglicemia, pode favorecer o crescimento bacteriano e comprometer o sistema imunológico, aumentando o risco da infecção urinária. A neuropatia diabética também desempenha um papel importante, causando danos no sistema geniturinário que resultam em retenção urinária e aumento da suscetibilidade a infecções.
Perfil dos pacientes estudados
Entre os 5.352 pacientes analisados, 188 apresentaram infecção de urina e glicemia alterada. Destes, 55,3% conviviam com diabetes e 44,7% não tinham a condição. A média de idade foi de 62,3 anos, com maior prevalência de ITU em mulheres (79,2%). A hiperglicemia foi identificada como um fator de risco significativo, com as pessoas que tem diabetes apresentando níveis médios de glicemia de jejum de 181,8 mg/dL, em comparação a 108,3 mg/dL nos que não tem diabetes.
O estudo confirmou uma bactéria como o principal agente causador de infecção urinária, sendo encontrada em 52,9% dos pacientes com diabetes e 42,9% dos não que não tinham diabetes.
Mulheres idosas: um grupo de risco
O estudo revelou que mulheres idosas são as mais afetadas pelas infecções urinárias, independentemente de conviverem com diabetes ou não. Fatores como a deficiência de estrogênio após a menopausa, alterações na microbiota vaginal e maior prevalência de comorbidades contribuem para esse cenário.
Conclusão: a importância do controle glicêmico
Embora não tenha sido observada diferença significativa na prevalência da condição entre quem tem diabetes e não tem, a hiperglicemia foi identificada como um fator predisponente para o desenvolvimento dessas infecções. O controle adequado da glicemia e a prevenção de complicações metabólicas são fundamentais para reduzir o risco de infecção urinária, especialmente em populações vulneráveis como mulheres idosas com diabetes.
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