Estresse materno na gestação pode aumentar o risco de diabetes do bebê até a vida adulta, aponta estudo da UFF

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O estresse durante a gravidez pode ter impactos que vão muito além do momento da gestação. De acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), as consequências do estresse materno podem acompanhar o bebê até a fase adulta. Dessa forma, aumentando significativamente o risco de desenvolvimento de doenças, como diabetes, obesidade e hipertensão. A pesquisa, conduzida com experimentos em ratos, reforça a importância do cuidado emocional e físico das gestantes para a saúde futura de seus filhos.

Como o estresse na gravidez influencia a saúde do bebê?

Os pesquisadores da UFF analisaram o efeito de diferentes estímulos de estresse em ratazanas fêmeas grávidas, observando como isso impactava a saúde metabólica dos filhotes ao longo da vida. O estudo comprovou que situações de estresse intenso durante a gestação criam um ambiente desfavorável. E assim, alteram o desenvolvimento do feto e aumentando a predisposição a doenças como o diabetes na fase adulta.

A explicação está na resposta hormonal ao estresse, que libera altos níveis de cortisol, o chamado hormônio do estresse. O excesso desse hormônio pode afetar o desenvolvimento dos órgãos e sistemas do feto, incluindo o pâncreas e o metabolismo da glicose, fatores diretamente ligados ao surgimento do diabetes.

O papel do ambiente intrauterino no desenvolvimento de doenças

A teoria de que o ambiente intrauterino influencia a saúde na vida adulta não é nova, mas o estudo da UFF traz evidências científicas robustas para essa relação. Quando a mãe enfrenta altos níveis de estresse, o organismo do bebê já começa a se adaptar a um ambiente considerado “hostil”, o que pode resultar em uma programação metabólica inadequada.

Essas adaptações podem levar a alterações na produção de insulina, na sensibilidade do organismo à glicose e até mesmo no armazenamento de gorduras. Com isso, ao longo da vida, a pessoa pode se tornar mais propensa ao desenvolvimento de doenças metabólicas, especialmente quando exposta a outros fatores de risco, como uma dieta desequilibrada e o sedentarismo.

Prevenção começa na gestação: o que fazer para reduzir os riscos do estresse e diabetes?

Com os resultados da pesquisa, fica ainda mais evidente a importância do cuidado integral com as gestantes. Garantir uma alimentação equilibrada, acompanhamento pré-natal adequado e, principalmente, promover a saúde mental são medidas essenciais para reduzir os riscos futuros para o bebê.

Práticas como meditação, atividades físicas leves e o apoio psicológico podem ajudar a gestante a lidar melhor com o estresse. Além disso, criar um ambiente acolhedor e seguro durante a gravidez contribui diretamente para o bem-estar da mãe e do bebê.

O impacto na saúde pública