Manter uma boa saúde bucal é um aspecto essencial para o bem-estar das pessoas com diabetes, mas que muitas vezes não recebe a devida atenção. Segundo o Conselho Federal de Odontologia (CFO), é indispensável que os pacientes com a doença compreendam essa relação para evitar complicações sérias, como gengivite, periodontite e até mesmo a perda de dentes.
O diabetes afeta diretamente a circulação sanguínea, e isso inclui a boca. Com a circulação prejudicada, a capacidade do corpo de combater infecções diminui, tornando as gengivas e os dentes mais vulneráveis a problemas.
Consequências de uma saúde bucal mal cuidada
A gengivite, por exemplo, é uma inflamação nas gengivas que pode evoluir para a periodontite, uma condição mais grave que afeta os ossos que sustentam os dentes. Pessoas com diabetes, especialmente aquelas com controle glicêmico inadequado, têm maior risco de desenvolver essas condições.
De acordo com o professor José Peixoto Ferrão Júnior, especialista em periodontia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o diabetes está entre as doenças sistêmicas mais associadas à doença periodontal.
Além disso, quem tem a doença pode sofrer de boca seca, aumentando a propensão a cáries e infecções fúngicas, como a candidíase oral. Essas condições podem não apenas ser desconfortáveis, mas também dificultar atividades diárias como mastigar e falar.
Cicatrização em procedimentos odontológicos
Procedimentos odontológicos, como implantes dentários e cirurgias, apresentam um risco maior de complicações em pacientes com a doença, especialmente quando o controle da glicose não está adequado.
A cicatrização lenta e o risco de infecções são grandes preocupações. Pacientes com diabetes controlada podem ser tratados convencionalmente, mas aqueles com níveis descontrolados precisam de um cuidado diferenciado. “É importante evitar o uso de anestésicos com adrenalina nesses casos, para não aumentar ainda mais os níveis de glicose no sangue”, alerta o professor Ferrão.
