QUEM TEM OBESIDADE E DIABETES SABE QUE A LUTA PARA MANTER O PESO E A GLICEMIA EM ORDEM É ETERNA
Em entrevista ao portal Um Diabético a psicóloga Andrea Levy fala da luta contra o preconceito e alerta: “tratar a obesidade não é sinal de ficar magro”
Um Diabético – Por que a relação entre diabetes e obesidade é tão próxima?
Andrea Levy – O diabetes agrava ainda mais questões inflamatórias já presentes na obesidade. Essa condição faz com que o corpo reduza ou pare de produzir insulina que é um hormônio fundamental para a manutenção da composição corporal, entre outras funções. Por isso, quanto mais precoce for o diagnóstico é o tratamento tanto da obesidade quanto do diabetes, mais facilmente a pessoa poderá controlar os prejuízos caudados por ambas as doenças e, fazendo um acompanhamento multidisciplinar com especialistas poderá levar uma vida praticamente normal e com qualidade.
UD – A pessoa com obesidade ainda é vista com preconceito pela sociedade. Se ela também tem diabetes isso fica pior?
AL – Em geral, a obesidade, que é uma doença visível, causa mais preconceitos. Muitas pessoas explicitam o preconceito contra a pessoa com obesidade de diversas formas: da repulsa à infantilização. Do julgamento sobre “como ela se deixou engordar tanto”, até condenar se a pessoa resolve fazer um tratamento cirúrgico ou medicamentoso. É como se fosse um beco sem saída. Se a pessoa não se trata, é considerada preguiçosa, sem força de vontade. Se parte para um tratamento médico vai escutar que “remédio faz mal, cirurgia é mutilação” e um monte de bobagens. Por essas questões eu acredito que a pessoa com obesidade desperta maior preconceito em quem não conhece a doença.
UD – Qual o pior tipo de preconceito?