Diabetes X proteínas: como elas afetam a glicemia

Alimentação

Maurílio Goeldner

Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br

A alimentação é papel fundamental na gestão do diabetes. Compreender o impacto dos diferentes macronutrientes, como as proteínas, na glicemia é essencial para um controle eficaz da condição. A nutricionista Carol Netto destaca que as proteínas têm um papel peculiar na dieta, uma vez que são consideradas praticamente isentas de carboidratos. No entanto, quando consumidas em grandes quantidades, especialmente em fontes de proteína animal, como um suculento churrasco, há um aspecto importante a considerar. “Quando você come muita proteína, parte dela se transforma em carboidratos. No entanto, isso não significa que você possa trocar um pedaço de pão, arroz ou macarrão por proteína sem consequências. Essa transformação ocorre, mas não de forma imediata. Muitas pessoas não consideram esse fato, e acho que isso atrapalha muito a contagem de carboidratos”, lembra a especialista.

O que isso significa é que quando você consome uma grande quantidade de proteína, especialmente de fontes animais, como carne com alto teor de gordura, parte dela se converte em carboidratos com o tempo. Isso pode impactar os níveis de glicose no sangue de maneira semelhante ao consumo de carboidratos diretamente.

Fontes magras de proteína animal, como frango, peixe, ovos e leite, geralmente são mais baixas em gordura e colesterol

Carol ressalta que é importante ficar atento a essa conversão de proteína em carboidrato e fazer as correções necessárias na administração de insulina ou no tratamento, se for o caso. Ela sugere que essas correções geralmente devem ser feitas de duas a quatro horas após a ingestão de proteína, já que a elevação da glicemia não é imediata. “A proteína animal frequentemente vem acompanhada de gordura, o que pode agravar ainda mais o controle glicêmico. A combinação de proteína e gordura pode desafiar a regulação da glicose no sangue, tornando o manejo da dieta mais complexo”, lembra Carol Netto.

No entanto, a nutricionista destaca que não se trata de evitar a proteína, mas de entender como incorporá-la de maneira equilibrada na dieta. Ela sugere fontes magras de proteína animal, como frango, peixe, ovos e leite, que geralmente são mais baixas em gordura e colesterol: “É fundamental encontrar um equilíbrio entre proteína, carboidratos e gordura para manter o controle glicêmico”.

Além das fontes de proteína animal, as proteínas vegetais também podem ser benéficas para pessoas com diabetes. Embora a absorção da proteína vegetal possa ser um pouco diferente, ela ainda desempenha um papel importante na promoção da saúde muscular e na dieta geral.