Aumento de 65%: diabetes mal controlada faz disparar amputações no SUS

Saúde Pública

Um recente levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) revelou dados alarmantes: mais de 282 mil amputações de membros inferiores foram realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro de 2012 e maio de 2023.

O crescimento dessas cirurgias, com um aumento de 65% entre 2012 e 2022, atingiu um recorde de 31.190 amputações no ano passado. Por consequência, os números de 2023 já indicam um cenário ainda mais preocupante.

A maioria dessas amputações está associada a complicações do diabetes, particularmente à síndrome do pé diabético. “Os dados revelam a importância de campanhas de conscientização sobre doenças vasculares, seus riscos, prevenção e tratamento,” afirma Julio Peclat, presidente da SBACV. Nesse sentido, ele enfatiza a necessidade de ações mais fortes de saúde pública que promovam hábitos saudáveis e garantam acesso a tratamentos adequados.

Um dos maiores desafios na prevenção de amputações é o desconhecimento do estado de saúde pelos próprios pacientes. Dessa maneira, Mateus Borges, diretor de Publicações da SBACV, alerta que muitos brasileiros têm diabetes e não sabem.

“No mundo, uma em cada cinco pessoas ignora ser portadora dessa doença. Pacientes com úlceras nos pés apresentam uma taxa de mortalidade duas vezes maior, e as taxas de sobrevida após amputações maiores são baixas,” comenta Borges.

Com a finalidade de reduzir a incidência de amputações, a SBACV sugere medidas de auto-observação e cuidados diários. Além disso, acientes com diabetes devem manter um controle rigoroso da glicemia, evitar andar descalços e usar calçados apropriados, além de adotar hábitos saudáveis como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos.

Amputações em diabéticos: medidas essenciais para prevenção

1. Controle do diabetes: manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa recomendada pelo médico é importante para prevenir complicações, incluindo o pé diabético.