Diabetes como deficiência: comissão aprova parecer e tramitação está na fase final

Tratamento

Maurílio Goeldner

Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br

O projeto de lei 2687/2022 que classifica o diabetes tipo 1 como deficiência para efeitos legais foi aprovado em mais uma votação na Câmara dos Deputados em Brasília. Agora a proposta vai para última etapa de tramitação antes de virar lei.

Houve comemoração na comissão de Saúde da Câmara dos Deputados após a aprovação do relatório / Reprodução TV Câmara

A aprovação na comissão de Saúde ocorreu por volta das 10h30 desta quarta-feira, 18.

Quem acompanhava a votação pelas redes sociais comemorou muito. Cinthya Almeida Oliveira agradeceu: “estou muito emocionada! a gente passa por tanta coisa! muito obrigada deputados!”. Outra internauta destacou que essa aprovação é apenas mais um passo passo de uma jornada difícil. “A voz silenciosa dos diabéticos precisa ser ouvida. ​A luta continua”, escreveu Daiana Rosa da Silva.

Depois de virar lei, pessoas com diabetes mellitus tipo 1 (DM 1) terão os mesmos direitos já adquiridos pelas pessoas com deficiência (PCD) no Brasil. Entre eles: menos tempo de contribuição para conseguir a aposentadoria, cotas que garantam a entrada no mercado de trabalho, prioridade para receber medicamentos e insumos.

A proposta também já foi aprovada na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. O PL 2687/22 ainda precisa ser aprovado numa terceira comissão, a de Constituição e Justiça e Cidadania antes de virar lei.  

O diabetes como deficiência

Os deputados Flávia Morais (PDT-GO) e Dr. Zacharias Calil (União-GO), autores da proposta, lembram que, das 16,8 milhões de pessoas com diabetes no Brasil, 564 mil são do tipo 1. Nesses casos, ocorre a destruição de células produtoras de insulina pelos anticorpos, em decorrência de defeito do sistema imunológico.

“É imprescindível que essa condição [o diabetes melittus tipo 1] seja por lei classificada como deficiência, a exemplo do que já ocorre nos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e Alemanha”, dizem os deputados na justificativa que acompanha o projeto.