Dengue e diabetes: estudo revela relação entre condições e gravidade da infecção

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A dengue, uma doença viral transmitida pelo mosquito aedes-aegypti, é endêmica em regiões tropicais e subtropicais, apresentando altas taxas crescentes de incidência e mortalidade no Brasil em 2024, principalmente durante o período mais quente. O verão traz uma escalada de casos, que bateu recordes no último ano.

Paralelamente, o diabetes, uma condição crônica, também está em ascensão global. A combinação dessas doenças pode potencializar a gravidade das manifestações clínicas, conforme revela um estudo realizado em um hospital de cuidados terciários na Índia.

Qual é a influência do diabetes na dengue

Os pacientes com diabetes apresentaram níveis significativamente mais altos de marcadores inflamatórios. Essas pessoas também demonstraram maior disposição a complicações hemorrágicas, menor contagem de plaquetas, indicando maior fragilidade vascular e imunológica.

Descontrole na glicemia pode agravar a dengue

A hiperatividade inflamatória observada em pessoas que convivem com diabetes e estão com dengue sugere que o controle inadequado da glicemia pode agravar o quadro clínico, aumentando o risco de febre hemorrágica e síndrome do choque da dengue. Esses achados destacam a necessidade de monitoramento rigoroso da glicemia nos pacientes durante surtos de dengue.

Dados

Um estudo publicado pela revista científica holandesa Elsevier aponta que problemas crônicos de saúde, como o diabetes, podem agravar os casos de dengue. Segundo a pesquisa, pessoas que convivem com o diabetes apresentam um risco de hospitalização de 63% após contrair a doença, enquanto para os que não tem diabetes, o índice é de cerca de 38%. Os dados reforçam a necessidade de atenção especial a pacientes com condições crônicas durante surtos de dengue.

Dengue no Brasil

Em 2024, o país bateu o recorde de casos e mortes pela dengue. Segundo o Ministério da Saúde, foram 6,6 milhões de casos e 6.016 mortes que agravaram a situação da doença em todas as regiões brasileiras. Junto a isso, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou nesta semana que o ano passado foi o mais quente da história do Brasil desde 1961, tendo uma temperatura média de 25°C. Essa elevação climática também contribuiu para a proliferação do Aedes-aegypti e as infecções em massa. Até mesmo o vírus passou por uma mutação, passando para a predominância da dengue tipo 2 no Brasil.

Para 2025, o governo federal, junto de estados e municípios, precisam conter o avanço da doença. Com os efeitos das mudanças climáticas cada vez mais aparentes, a tendência é que novos picos da infecção por dengue aconteçam no país, principalmente neste período de verão, em que chove, a água fica parada, o tempo fica quente e tudo pode se tornar um foco para ninho do mosquito.

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