Dor e dormência causadas pela neuropatica diabética

Controlar a glicose reduz em até 78% risco de dor e dormência causadas pela neuropatia diabética

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No Dia do Neurologista, comemorado em 15 de outubro, é essencial destacar um tema que, embora muitas vezes negligenciado, tem uma grande relevância: a neuropatia diabética. Esse problema é um dos mais comuns em pessoas com diabetes e está intimamente ligado aos danos que o açúcar elevado no sangue pode causar aos nervos ao longo do tempo.

Segundo a American Diabetes Association (ADA), entre 50% e 70% das pessoas com diabetes desenvolvem algum tipo de neuropatia durante a vida​. Entretanto, muitas ainda desconhecem os sintomas e os cuidados necessários para prevenir e gerenciar essa condição. Dessa forma, o conhecimento sobre a neuropatia torna-se essencial para quem vive com diabetes.

O que é a neuropatia diabética?

A neuropatia diabética ocorre quando o diabetes, por meio da hiperglicemia (altos níveis de açúcar no sangue) persistente, provoca danos aos nervos. Em muitos casos, o desenvolvimento é lento, e os sintomas podem aparecer apenas muitos anos após o início do diabetes. Assim, os sinais mais comuns incluem:

  • Dormência e formigamento nas extremidades, como pés e mãos;
  • Dor intensa, descrita como queimação ou pontadas, principalmente nas pernas e pés;
  • Perda de sensibilidade ao toque e à temperatura, o que aumenta o risco de feridas e úlceras;
  • Fraqueza muscular, que pode prejudicar o equilíbrio e a mobilidade.

Além disso, a neuropatia pode ser classificada em dois tipos principais: neuropatia periférica, que afeta nervos das extremidades, e neuropatia autonômica, que interfere no funcionamento de órgãos internos, como o coração e o estômago​.

Por que o neurologista é essencial para pessoas com diabetes?

O neurologista, sendo o profissional especializado no cuidado do sistema nervoso, desempenha um papel fundamental no diagnóstico e tratamento da neuropatia diabética. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado podem evitar a evolução da condição e permitir um melhor controle dos sintomas. Contudo, até 50% dos casos de neuropatia periférica podem não apresentar sintomas perceptíveis nos estágios iniciais, o que ressalta a importância das consultas regulares​.

Além disso, o controle adequado dos níveis de açúcar no sangue é crucial para reduzir o risco de desenvolvimento da neuropatia. O Estudo de Controle e Complicações do Diabetes (DCCT/EDIC), por exemplo, mostrou que manter os níveis de glicose próximos ao normal pode prevenir ou retardar a progressão da neuropatia em pessoas com diabetes tipo 1.

Como prevenir e gerenciar a neuropatia diabética?

Embora a neuropatia diabética não tenha cura, é possível adotar várias medidas para reduzir os danos aos nervos e melhorar a qualidade de vida. Dessa forma, veja algumas orientações essenciais:

  1. Controle rigoroso da glicose: Manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa recomendada é a forma mais eficaz de prevenir a neuropatia. Estudos demonstram que pessoas com diabetes que controlam bem a glicemia têm até 78% menos chances de desenvolver neuropatia.
  2. Exames regulares: A ADA recomenda que todas as pessoas com diabetes tipo 2, e aquelas com diabetes tipo 1 diagnosticadas há mais de cinco anos, façam exames neurológicos anuais para detectar sinais precoces de neuropatia​.
  3. Tratamento da dor neuropática: O tratamento da dor associada à neuropatia inclui o uso de medicamentos, como antidepressivos, anticonvulsivantes e analgésicos. Cada caso deve ser avaliado individualmente pelo neurologista para definir o melhor tratamento​.
  4. Cuidado com os pés: Devido à perda de sensibilidade, as pessoas com neuropatia diabética devem inspecionar os pés diariamente em busca de feridas ou sinais de infecção. Esse cuidado é crucial para evitar complicações graves, como úlceras que podem levar à amputação.