Quando bate aquela vontade de um doce prático e saboroso, muitos acabam recorrendo ao biscoito recheado, um clássico das prateleiras de supermercados. Porém, para pessoas com diabetes, essa escolha aparentemente inocente pode trazer consequências que vão além do prazer imediato. Conversamos com a nutricionista Carol Netto, que trouxe uma reflexão importante sobre os riscos desse tipo de alimento para o controle da glicose.
Para começo de conversa, Carol enfatiza que o biscoito recheado se enquadra na categoria de “calorias vazias”. Isso significa que, apesar de ser rico em energia, ele não oferece nutrientes significativos que possam contribuir para a saúde. O alto teor de carboidratos simples e gorduras é preocupante, especialmente para quem precisa gerenciar de perto os níveis de açúcar no sangue.
“É fácil perder a noção da quantidade que consumimos”, alerta Carol. “Você começa a comer um biscoito atrás do outro e, quando percebe, o pacote já está quase vazio.”
E esse comportamento pode ser particularmente perigoso. Em média, três biscoitos recheados contêm cerca de 22 gramas de carboidratos. Num pacote inteiro, essa quantidade se multiplica rapidamente, trazendo um impacto significativo na glicemia.
Além do carboidrato, a gordura presente nesses biscoitos também é um fator a se considerar. Segundo a nutricionista, a gordura pode retardar a digestão dos carboidratos, resultando em uma elevação mais tardia da glicose no sangue, complicando ainda mais o controle glicêmico.
Afinal, pessoas com diabetes podem comer biscoito recheado? “A resposta curta é que não é uma boa escolha, seja para quem tem diabetes ou não”, diz Carol. Contudo, ela reconhece que, para alguns, esse tipo de biscoito pode ter um valor emocional ou afetivo, o que torna a restrição mais difícil. “Se for consumir, que seja de forma rara e sempre com muita moderação.”
Carol também reforça que a moderação é a chave. “Não há necessidade de demonizar completamente o biscoito recheado, especialmente se ele for a única opção disponível em uma situação específica. Porém, se houver outras alternativas, é melhor optar por algo mais nutritivo.”