Uma equipe de cientistas da França, Itália e Reino Unido fez uma descoberta impressionante sobre como o diabetes tipo 2 (DM2) pode mudar o funcionamento do pâncreas e aumentar o colesterol ruim (LDL). O estudo foi publicado na revista científica Diabetes, edição de novembro de 2024, uma das mais importantes no campo da saúde e pesquisa.
O que os cientistas descobriram?
Eles investigaram um gene chamado PNLIPRP1, que ajuda o pâncreas a produzir enzimas para a digestão. Em pessoas com DM2, esse gene sofre uma “modificação química” chamada hipermetilação (uma espécie de “bloqueio” que faz o gene funcionar menos). Esse problema está relacionado a:
- Colesterol LDL mais alto – conhecido como “colesterol ruim”, que pode prejudicar os vasos sanguíneos.
- Mudança nas células do pâncreas – as células responsáveis pela digestão se transformam em outro tipo, criando condições que podem levar ao câncer de pâncreas.
Por que isso acontece?
- O pâncreas é um órgão que tem duas funções importantes:
- Endócrina (1%): produz insulina para controlar o açúcar no sangue.
- Exócrina (98%): produz enzimas que ajudam na digestão dos alimentos.
No DM2, o problema começa na parte que faz insulina, mas os cientistas descobriram que a outra parte (digestiva) também sofre danos. Essas mudanças podem ser provocadas por altos níveis de açúcar e colesterol, o que sobrecarrega o pâncreas.
Como os cientistas chegaram a essas conclusões?
- Eles estudaram tecidos do pâncreas de 141 doadores de órgãos, sendo 28 com DM2.
- Usaram técnicas modernas para analisar os genes e o DNA do pâncreas.
- Fizeram testes em células de ratos para entender como o gene PNLIPRP1 funciona e o que acontece quando ele “desliga”.