Casos de diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes disparam no mundo e Brasil segue tendência alertam estudos

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Os casos de diabetes tipo 2 (DM2), antes predominantemente associados a adultos com mais de 40 anos, têm mostrado um crescimento alarmante entre crianças e adolescentes em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. O aumento está diretamente relacionado ao sedentarismo e à obesidade, fatores que afetam cada vez mais jovens nessa faixa etária.

Um problema global e nacional

Segundo dados do estudo Carga Global de Doenças, publicados no The BMJ, a taxa de DM2 entre adolescentes e adultos jovens (15 a 39 anos) cresceu 56% globalmente entre 1990 e 2019. No Brasil, uma pesquisa de 2019, divulgada no Pediatric Diabetes Journal, revelou que aproximadamente 213.830 adolescentes convivem com diabetes tipo 2 e outros 1,46 milhão estão em estado de pré-diabetes. Esses números são um alerta para pais e profissionais de saúde, destacando a necessidade de intervenções preventivas e diagnósticos precoces.

Especialistas reforçam a importância da prevenção

A Dra. Jaqueline Araújo, coordenadora do Departamento de Diabetes Tipo 1 em Crianças e Adolescentes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), destaca que a prevenção começa com a atenção ao estilo de vida. “O aumento de casos está fortemente associado ao sedentarismo e à obesidade, especialmente em crianças com antecedentes familiares de DM2. O diagnóstico precoce e intervenções simples, como mudanças na alimentação e no nível de atividade física, são essenciais”, explica.

A especialista também enfatiza a importância de exames regulares em crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade a partir dos 10 anos de idade, especialmente se houver histórico familiar de diabetes tipo 2.

Tratamento e desafios

O tratamento inicial do diabetes tipo 2 em jovens geralmente envolve mudanças no estilo de vida, com foco em uma dieta balanceada e na prática de pelo menos 60 minutos de atividade física moderada por dia. Em casos mais avançados, pode ser necessário o uso de medicamentos, como metformina ou análogos do GLP1, e, em situações mais graves, o uso de insulina.

O fenômeno do “diabetes duplo”

Embora raro, alguns pacientes podem apresentar uma condição conhecida como diabetes duplo, quando uma pessoa diagnosticada com diabetes tipo 1 desenvolve características do diabetes tipo 2, como resistência à insulina. “Fatores como predisposição genética, obesidade e sedentarismo podem levar ao desenvolvimento dessa condição híbrida”, explica Dra. Jaqueline.

O tratamento do diabetes duplo exige uma abordagem combinada, incluindo o uso de insulina, medicamentos para melhorar a sensibilidade à insulina e mudanças significativas no estilo de vida.

Um futuro que exige atenção