Calor traz riscos de desidratação e isso afeta os níveis de glicose de quem tem diabetes; entenda

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A desidratação é uma preocupação significativa para indivíduos com diabetes, pois a elevação ou queda dos níveis de glicose no sangue podem intensificar a perda de líquidos, agravando as glicemias para cima ou para baixo. O calor excessivo que tem feito no Brasil chama a atenção, com temperaturas chegando a 40ºC em algumas regiões. Por isso, quem convive com diabetes deve ter uma atenção redobrada.

Como o diabetes contribui para a desidratação?

Um estudo do Manual MSD mostra que, em pessoas com diabetes, especialmente quando os níveis de glicose no sangue estão elevados, o organismo tenta eliminar o excesso de açúcar através da urina. Esse processo aumenta a produção urinária, levando à perda substancial de líquidos. Consequentemente, se não houver reposição adequada, ocorre a desidratação. O médico endocrinologista, Marcio Krakauer, em contato com o portal “Um Diabético” explicou os efeitos que fazem a glicemia subir noes episódios de desidratação.

“A falta de sódio, potássio, magnésio, cálcio afeta toda a corrente sanguínea, inclusive na absorção da insulina. Normalmente, essa desidratação aumenta a glicose no sangue, porque reduz o volume de líquido do corpo, o volume de sangue mesmo. Chama volume plasmático. E concentra a glicose no sangue, que costuma ficar mais alta. O calor também é um grande estresse para o corpo.”

Cetoacidose diabética

A desidratação severa em quem convive com diabetes pode precipitar uma condição chamada cetoacidose diabética. A condição é caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica e cetose, resultando em sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal e, em casos extremos, coma. A desidratação agrava esse quadro, tornando essencial a hidratação adequada para prevenir complicações.

Conforme relatado em um estudo publicado pela Revista da Associação Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, “a cetoacidose diabética é uma emergência médica que requer rápida reposição de líquidos e controle glicêmico para evitar complicações graves.”

O endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes ainda reitera que os impactos podem ser ainda maiores em quem convive com diabetes tipo 1.

“Com essa desidratação toda, se não tiver o cuidado de estar controlando a glicose muito alta o tempo todo, pode levar a cetoacidose nas pessoas. Em geral, com diabetes do tipo 1. Então, muito importante toda essa questão do calor.”

Calor e hipoglicemia

Quando o corpo está desidratado, o metabolismo e a absorção de insulina podem ser alterados. No calor, a absorção mais rápida da insulina pode causar uma queda nos níveis de glicose, resultando em hipoglicemia. A desidratação exacerba os sintomas de hipoglicemia, como tonturas e confusão, tornando mais difícil o reconhecimento e o tratamento adequado para elevar a glicose.

Importância da hidratação adequada

Manter-se hidratado é fundamental para o controle da glicemia e a prevenção de complicações associadas ao diabetes. A hidratação adequada auxilia na manutenção da função renal, essencial para a eliminação de resíduos metabólicos.

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