O Senado Federal voltou a debater, nesta terça-feira, 03, o Projeto de Lei que pode começar a tratar o diabetes mellitus tipo 1 como deficiência no Brasil. A audiência pública, que durou cerca de 1h, contou com participações importantes e falas divergentes entre apoios ao projeto e manifestações contra a medida. A mediação foi feita pelo senador Alessandro Vieira.
Uma das falas de destaque foi a da médica representante da Sociedade Brasileira de Diabetes, Karla Melo. Ela argumentou como os dados epidemiológicos mostram a deficiência do diabetes no Brasil, já que a expectativa de vida sofre queda e, cada vez mais, os índices de complicações crescem no país.
“600 mil pessoas vivem com DM1 no Brasil. Quanto a perda de vida, são 200 mil, sendo 30% de quem convive com o diabetes. Anos de vidas saudáveis, quando o diagnóstico é feito aos 10 anos de idade, essa pessoa terá uma vida tranquila até aproximadamente 45 anos. Isso é triste, sabe? É essa deficiência que a gente quer tratar!”
Acesso ao tratamento
A médica ainda comenta sobre a perda de vidas pela falta de diagnóstico e tratamento. Os dados da SBD mostram uma realidade alarmante entre as pessoas que convivem com diabetes e não conseguem manter o controle dos níveis de hemoglobina glicada, por exemplo. Nem 12% conseguem manter os níveis em até 7,0%.
“A assistência adequada é necessária, mas não é só isso! O acesso ao tratamento é fundamental. A orientação de crianças nas escolas. Infelizmente, as nossas escolas públicas e privadas não sabem lidar com essas crianças.”
O seu discurso rapidamente tomou as redes sociais de comentários e foi comentada por especialistas. Algumas pessoas chegaram a comentar sobre a falta de responsabilidade da médica quando afirma que o açúcar é um veneno. Mas, na realidade, ele pode salvar uma pessoa de uma hipoglicemia.
Participações na audiência
Além dos discursos citados, também participaram: Renan Aragão, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, que questionou o PL e apresentou dados para defender que o diabetes tipo 1 não precisa ser classificado como deficiência para efeitos legais. Solange Travassos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e Artur Medeiros, da coordenadoria geral de saúde da pessoa com deficiência (Ministério da Saúde).
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1 thought on “Audiência Pública no Senado para debater diabetes tipo 1 como deficiência é marcada por desinformação e falas polêmicas”
Não seria o caso de classificar a DM1 como deficiência, mas incluir as pessoas com a diabetes em programas de apoio em medicamentos e materiais de suporte, como por exemplo, o Freestyle libre que nem todos tem condições de comprar. Uma criança de 02 anos , por exemplo, não tem condições de dizer o que está sentindo quando a glicemia chega a mais de 400 ou quando está muito baixa, a menos de 50 , isso é uma sentença de vida ou morte no momento. A luta tem que ser pelo apoio e disponibilidade do que for necessário para dar a chance de viver mais e com qualidade. É um pesadelo diário lidar com com essa doença, principalmente em crianças. 😮💨
Não seria o caso de classificar a DM1 como deficiência, mas incluir as pessoas com a diabetes em programas de apoio em medicamentos e materiais de suporte, como por exemplo, o Freestyle libre que nem todos tem condições de comprar. Uma criança de 02 anos , por exemplo, não tem condições de dizer o que está sentindo quando a glicemia chega a mais de 400 ou quando está muito baixa, a menos de 50 , isso é uma sentença de vida ou morte no momento. A luta tem que ser pelo apoio e disponibilidade do que for necessário para dar a chance de viver mais e com qualidade. É um pesadelo diário lidar com com essa doença, principalmente em crianças. 😮💨