Dos dias 22 a 25 de fevereiro acontece, em Berlim, a 16º Conferência Internacional sobre Tecnologias Avançadas e Tratamentos para Diabetes (ATTD). Reunimos nesse post as principais informações e novidades que vem por aí, levantadas pelos médicos do G7 Diabetes, em relação à evolução dos tratamentos.
Sensores de glicose
Segundo o endocrinologista Marcio Krakauer, o assunto foi pauta de algumas palestras nos primeiros dias de evento. Estudos mostram que 8 milhões de pessoas no mundo utilizam sensores de glicose e cerca de 1,5 milhões depende de bombas de insulina ou sistemas integrados, como por exemplo pâncreas artificiais e etc. Considerando que somos em quase 8 bilhões de pessoas no mundo, esse número ainda é baixo. Marcio estima que o motivo pode estar relacionado à acessibilidade, mas, de qualquer forma, a novidade desse sensor traz uma reflexão importante principalmente para controle da Diabetes tipo 2: “Quando o assunto é diabetes tipo 2 o sensor é uma via importante para verificar glicose e mudar comportamento para melhorar o controle”, estima.
Alguns outros tipos de sensores também estão sendo levantados, alguns com uma versão de 1 ano de duração, o segundo é um que dura de 3 a 6 meses, além de novidades no estudo para otimizar a calibração do sensor e adesivo podendo durar 15 dias com verificação integrada em aplicativo precisando de calibração única e diária. Alguns desses foram levantados pela EVERSENSE, um sensor de glicose implantável.
Ainda nesse tópico podemos falar do “bafômetro de glicose”, que é um dispositivo que mede a glicose na respiração, semelhante ao teste do bafômetro, mas usa moléculas voláteis com correlação muito grande com a glicose, na medida que respira consegue medir. É uma tecnologia desenvolvida pela BOYDSense e a estimativa é que o valor financeiro seja semelhante ao teste de glicose na ponta do dedo.
Novas tecnologias e integração com aplicativos
O endocrinologista Eduardo Calliari esteve na feira de exposições de novos produtos e trouxe informações exclusivas do desenvolvimento da MEDTRONIC. Muitas dessas novidades estão integradas a aplicativos de celular. No primeiro exemplo, ele cita uma integração entre aplicação e aplicativo em que o paciente consegue acompanhar toda a evolução do tratamento de sensores e vindos de bombas de insulina. As canetas não ficam de fora, já existe um aplicativo também em desenvolvimento que reúne as informações e automaticamente conseguem sugerir, reduzir e cortar a dose de acordo com os movimentos do paciente. O destaque tecnológico está nas duas novas bombas que estão sendo desenvolvidas, que são a bomba pet e a bomba com cateter. Nessas novidades não há necessidade de manipular a bomba, ou seja, ela se torna apenas um aplicador de insulina que também é controlado pelo App.
Contagem de carboidratos
Será que um dia será possível não contar carboidrato? Se a tecnologia continuar evoluindo dessa forma a resposta pode ser sim! A Endocrinologista Monica Gabay trouxe a menção de três novos estudos com novas tecnologias para facilitar essa dor. A primeira seria através de um APS, que não tem necessidade de anunciar nada de carboidrato, a segunda apenas estima a quantidade e a terceira, conta com o auxílio de um relógio inteligente, que através dos gestos, o aparelho consegue identificar se a pessoa está ingerindo algo mastigável ou líquido e faz a estimativa do time reading com uma precisão de 80%.
Medidor de temperatura para armazenamento de insulina
Com foco em armazenamento e transporte, a novidade que chega é um termômetro medidor de temperatura da insulina que aciona um alarme em caso de alteração de temperatura. Essa é uma maneira de evitar que a medicação estrague.
Softwares de tomada de decisão
A evolução não para por aí, alguns softwares de satisfação também estão em desenvolvimento e isso é importante pois é através da dor que novas tecnologias podem surgir para auxiliar os pacientes e também os profissionais. Os softwares servem para conferir satisfação das pessoas sobre isso, através das máquinas de decisão terapêutica.
Canetas Inteligentes
Durante uma das palestras, a Endocrinologista Pediatra Mônica Gabbay trouxe algumas informações sobre a caneta inteligente. Essa caneta é associada ao próprio quadro que funciona com dois aplicativos, o primeiro sendo do sensor, apenas para quando você coloca o sensor, ou se você quer fazer algum ajuste de parâmetro ou alvo do sensor, e um outro aplicativo que é o próprio da caneta. Toda vez que o paciente aplica a insulina os dados são transmitidos via Bluetooth para esse aplicativo que que capta em tempo real a glicose através do sensor.
A cada cinco minutos os dados são atualizados no gráfico e aí ela viabiliza uma calculadora de bolos. Essa calculadora é inteligente porque tanto ela quanto a pessoa que faz o uso pode colocar o carboidrato em gramas corretamente contando carboidrato. “Ali dentro você coloca os parâmetros de bolos, razão, insulina, carboidrato, fator de sensibilidade e leva em consideração a insulina ativa, isso é muito importante pro ajuste de dose, né? Ou pro paciente que não gosta de fazer contagem de carboidrato ou para quem não sabe fazer corretamente. Para esse caso em específico você tem a possibilidade de usar doses fixas na refeição e o aplicativo apenas sugerir a correção da hiperglicemia
utilizar um um caminho intermediário entre a dose fixa e a contagem de carboidrato, que é estimativa de refeição. Então, você coloca lá uma refeição pequena, média ou grande e você coloca mais ou menos estima o que seria uma uma refeição pequena, média ou grande. A partir desse momento basta você colocar isso daí e já sai a sugestão de insulina para relação com carboidrato quantidade de alimento que vai comer” Explica.
Todas essas canetas possibilitam vincular com canetas de meia unidade também. Então é um cenário bem bacana quando a gente pensa que a maioria das pessoas com diabetes tipo um usam múltiplas doses de insulina.
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