O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou as insulinas análogas de ação prolongada ao rol de tratamentos aprovados em 2019. Essa decisão prometia avançar o controle glicêmico das pessoas com diabetes tipo 1. No entanto, até hoje, o medicamento não foi disponibilizado. A solução, que pode chegar em fevereiro, já é pauta em federações e associações voltadas para o diabetes.
Erros na licitação prejudicaram o processo
Segundo informações obtidas pelo portal, o problema começou em 2020, quando erros na licitação comprometeram a aquisição do medicamento.
“A compra deveria ter sido feita com base no tratamento, considerando que a insulina análoga exige uma dosagem menor do que a insulina NPH. Mas a licitação foi feita apenas pelo valor do produto, o que desestimulou a participação das empresas”, explicou Vanessa Pirolo, coordenadora da organização “Vozes do Advocacy”.
As duas licitações realizadas naquele ano não atraíram fornecedores e foram declaradas desertas. A pandemia de Covid-19, iniciada no mesmo período, dificultou ainda mais o avanço do processo.
Consulta pública em 2024 mostrou apoio popular
Apenas em 2024, uma nova consulta pública foi realizada para avaliar o interesse na disponibilização da insulina análoga de ação prolongada no SUS. O resultado mostrou um forte apoio popular, mas até agora, o medicamento ainda não está acessível.
Benefícios da insulina de ação prolongada
A insulina análoga de ação prolongada é considerada superior à insulina NPH por proporcionar maior estabilidade no controle da glicemia e reduzir os riscos de variações bruscas de glicemia. Estudos apontam que isso pode melhorar a qualidade de vida de pessoas com diabetes tipo 1, diminuindo episódios de hipoglicemia e hiperglicemia.
O que diz o Ministério da Saúde
O portal “Um Diabético” entrou em contato com o Ministério da Saúde. Em nota, a pasta anunciou a conclusão do contrato para a aquisição da insulina análoga de ação prolongada (glargina), de 100 UI/ml, que será distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Quando?
Segundo o Ministério da Saúde, a primeira remessa deve chegar às unidades de saúde em fevereiro, atendendo ao prazo de 60 dias estabelecido. A insulina será encaminhada aos estados e Distrito Federal, que serão responsáveis por distribuí-la às unidades municipais. Essa aquisição é fruto de um longo processo, já que a insulina análoga foi incorporada ao SUS em 2019, mas enfrentou dificuldades de distribuição devido à necessidade de ser comercializada ao mesmo valor da insulina NPH.
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