Aparecida de Goiânia tem programa de acesso gratuito ao sensor de glicose

Tratamento

Em mais uma reportagem da série Todos Pelo Diabetes, exemplos de quem conseguiu melhor controle do diabetes usando o FreeStyle Libre

Maurílio Goeldner, da Redação Um Diabético

Logo depois que a família teve Covid 19, Ana Flávia, de 13 anos, começou a sentir muita sede e teve crises de câimbra à noite. A mãe, Flávia, levou a adolescente pra fazer um exame de rotina e descobriu o motivo de tudo: muito açúcar na urina e minha glicose tava cento e sessenta. O diagnóstico de diabetes se repetiu com a irmã mais nova, Maria Clara: “Eu lembro que ela ia no banheiro toda hora. Quando furou o dedo tava quinhentos aí ela foi pro hospital”, lembra Ana Flávia. O diagnóstico se confirmou e as irmãs ficaram supresas: “Eu pensei assim ‘nossa do nada duas duas pessoas na nossa casa com diabetes'”.

A médica que atendeu a família falou que é muito raro duas irmãs terem diabetes tipo 1. A mãe logo começou a se preocupar com as restrições alimentares que poderiam vir. Com o tempo as três estudaram mais sobre o diabetes e descobriram que dava pra conviver com a doença. O único problema eram os furos nos dedos, algo que ainda assustava.

Pra sorte da família, elas entraram num programa da prefeitura de Aparecida de Goiânia, em Goiás, cidade onde moram. O “Viver + Feliz” é voltado para crianças e adolescentes que têm entre 4 e 14 anos de idade. A iniciativa consiste no fornecimento gratuito do sensor FreeStyle Libre. Ele é instalado na parte posterior superior do braço e mede a glicose de forma contínua. O dispositivo causa menos incômodo às crianças porque evita as constantes picadas nos dedos com lancetas para aferição da glicemia, além de reduzir internações e propiciar melhor qualidade de vida e um monitoramento mais eficaz da doença. “O sensor me conta tudo, não adianta o paciente me esconder. Ele me conta os horários que o paciente deu hiperglicemia, ou seja, ele fugiu um pouquinho da dieta, né? Ele me conta o os picos de hipoglicemia, os horários de atividade física, se ele tá fazendo, se ele não tá fazendo, quantas medições tá fazendo ao dia, sem falar na hemoglobina glicada, que vai me dando um parâmetro, se realmente está aderindo ou não ao programa nutricional”, afirma a nutricionista Ana Regina Barbosa, que acompanha as irmãs.

Mais tranquilidade

O secretário de Saúde Alessandro Magalhães explica que as crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 precisam fazer várias medições glicêmicas por dia para controle da doença e ajustes da insulina, da dieta e das atividades do paciente. “Muitos precisam colher a gotinha de sangue para pingar na fita reagente de 4 a 6 vezes por dia, o que gera desconforto e dor. Então vamos fornecer este dispositivo para que essas crianças possam sofrer menos, ter a diabetes melhor controlada e ainda poderem brincar, nadar, tomar banho e praticar exercícios físicos com o sensor, ou seja, levar uma vida mais ativa e feliz”, aponta Alessandro.