Diabetes de A a Z: a aceitação como um divisor de águas no tratamento do diabético

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O diagnóstico pode chegar cedo ou mais tarde na vida. Não há quem não sinta o baque de saber que tem a doença. Afinal, o diabetes é um indicativo de que algo não está certo com saúde, mas um dos pontos principais do evento ‘Diabetes de A a Z’ foi mostrar que o diagnóstico, por mais assustador que seja, não é uma sentença de morte. E para chegar a esse estágio, é preciso passar pela aceitação!

Para o Dr. Rodrigo, a aceitação passa pelo esforço do paciente e pela sensibilidade do profissional.

Quando a notícia chega, não importa de que forma seja, mil pensamentos passam na cabeça de quem é diagnosticado com diabetes. A falta de informações exatas, sem mitos ou achismos, intensifica o desespero em acreditar que a vida vai sair dos trilhos. Como uma tentantiva de se proteger, alguns pacientes fingem que nada aconteceu, mas isso, na verdade, só piora. “A gente não tem como mudar, tem um diagnóstico. O que você faz? Você tem dois caminhos. Ou você não aceita e paga pela sua escolha. Ou você aceita e consegue ter uma vida com mais tranquilidade e qualidade de vida”, foi dessa forma que Tom Bueno, jornalista e idealista do Um Diabético, abriu a discussão sobre aceitação no primeiro encontro presencial do canal.

CONHECER O DIABETES PARA TRATÁ-LO
Foi um assunto no qual as cerca de 100 pessoas presentes e as milhares online se reconheceram. É uma etapa que não dá para pular no processo, mas com informação, suporte profissional e compreensão, logo a aceitação chega. Foi o que aconteceu com o Marcelo Silva, que palestrou no ‘Diabetes de A a Z’, falando sobre os anos de negligência à saúde até encarar o diabetes e, consequentemente, todas as mudanças que ele precisava fazer.

Confeiteiro profissional, Marcelo fica rodeado por doces a maior parte do dia. Apesar de não comer tanto da própria produção, ele não tinha, necessariamente, uma rotina alimentar exemplar. Pesando 150 quilos, com quase trinta anos de idade, Marcelo recebeu o diagnóstico de diabetes tipo 2. Vieram o susto, a negação, a confusão e, só depois de anos, o confeiteiro aceitou que precisava se render e conhecer a doença para poder lidar melhor com ela: “Chegou um ponto que eu falei ‘eu preciso aceitar isso comigo’. Mas, ao mesmo tempo, como eu vou aceitar isso? Fazendo tudo que eu faço? Vou mudar de profissão? […] Eu tive que ter esse diálogo com o diabetes. Eu tive que sentar e perguntar ‘o que é você e o que você está querendo me dizer?'”, contou.

Carol Neto levou balas, chocolates e suco para falar sobre alimentação com os presentes

ACOMPANHAMENTO E ACOLHIMENTO PROFISSIONAL
Marcelo passou a fazer exercícios físicos e reduziu a quantidade de remédios que tomava. Além do acompanhamento médico, procurou uma nutricionista. Ao conhecer melhor o diabetes, pode aceitá-la e seguir o tratamento ideal. Processo parecido com o de vários pacientes, segundo o Dr. Rodrigo Siqueira, endocrinologista “Vocês se tratam! A gente conduz, a gente indica, a gente tem o conhecimento cientítico. O que eu sempre digo é que quem conhece mais de diabetes somos nós, a gente estuda pra isso, mas quem conhece mais do diabetes de vocês, são vocês mesmos.”, refletiu o profissional.

Ao falar sobre aceitação, Dr. Rodrigo ponderou não só sobre o esforço do paciente, mas também sobre a sensibilidade médica. Não é raro depoimentos de pessoas que falam com amargura sobre como receberam o diagnóstico de diabetes ou como foram orientados a tratá-lo. Para o endocrinologista, o acolhimento nesse momento é essencial!

As maiores dificuldades do diabético recém-diagnosticado são as mudanças na alimentação e os exercícios físicos. A Carol Neto, nutricionista que também palestrou no ‘Diabetes de A a Z’, levou na brincadeira essa impressão de vilã que ela e colegas de profissão têm. “Eu vou ficar em pé porque é mais fácil de correr. O nutricionista não é o profissional mais amado, não é? Geralmente os pacientes escutam ‘ou você vai para a insulina ou para o nutricionista’. É a cruz ou a espada”